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Guerra entre Israel e o Hamas destruiu 61% dos empregos em Gaza e 24% na Cisjordânia

OIT ESTIMA EM 390 MIL OS POSTOS DE TRABALHO PERDIDOS NA "PALESTINA OCUPADA"

A economia palestina "levará anos" para recuperar da devastação causada pela guerra em Gaza, enclave com 2,4 milhões de pessoas, conclui a Organização Internacional do Trabalho.

Cerca de dois terços dos empregos foram perdidos desde o início dos bombardeamentos na Faixa de Gaza, de acordo com um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estima em 182 mil o número de postos de trabalho destruídos pela guerra entre Israel e o Hamas. O conflito em Gaza também está a ter repercussões na Cisjordânia, onde se perderam cerca de 24% dos empregos, o equivalente a 208 mil postos de trabalho, num mês, refere o relatório da OIT divulgado segunda-feira, dia 6.

"O total estimado de 390.000 perdas de postos de trabalho nas duas áreas que compõem o Território Palestiniano Ocupado traduz-se em perdas diárias de rendimentos do trabalho de 16 milhões USD. Prevê-se que estes números aumentem se as operações militares em Gaza se intensificarem e a crise humanitária no enclave continuar a agravar- -se", escreve a OIT, no seu primeiro boletim sobre o impacto do actual conflito nas perspectivas de emprego e nos meios de subsistência no enclave e em todo a Palestina ocupada.

As hostilidades em curso "não representam apenas uma enorme crise humanitária em termos de perda de vida e de necessidades humanas básicas". Representam também "uma crise social e económica que causou enormes danos aos empregos e às empresas, com repercussões que serão sentidas durante muitos anos", salienta Ruba Jaradat, directora regional da OIT, reiterando os apelos para um "acesso humanitário completo, rápido, seguro e sem entraves" para assegurar ajuda humanitária.

Bairros inteiros em Gaza foram destruídos, as infra-estruturas foram severamente danificadas, as empresas fecharam, ocorreram deslocações internas em grande escala e a falta de água, alimentos e combustível estão a paralisar a actividade económica, descreve a OIT, notando que "mesmo antes do actual conflito, a situação no enclave bloqueado de Gaza era particularmente terrível".

A Organização Internacional do Trabalho recorda que os "habitantes de Gaza lutam há muito tempo com taxas persistentemente elevadas de pobreza, vulnerabilidade e uma das taxas de desemprego mais elevadas do mundo", estimada em 46,4% no segundo trimestre de 2023. Cenário que levou a OIT a preparar um programa de resposta, em três fases, para o qual foi mobilizada uma verba de 1,1 milhões USD para intervenção de ajuda de emergência.

A primeira fase, já em curso, centra-se nas obras de socorro. Implica a prestação de assistência imediata, como regimes de apoio emergencial aos meios de subsistência, aos trabalhadores palestinianos. Os trabalhadores incluem habitantes de Gaza que, tendo perdido os seus empregos dentro de Israel após a eclosão do actual conflito, estão retidos na Cisjordânia.

Em articulação com o Gabinete Central de Estatísticas Palestiniano, a OIT pretende dar um novo impulso ao plano de resposta trifásico, para o qual serão necessários 20 mil milhões USD.

A situação na Faixa de Gaza esteve no centro da agenda da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, que se reuniram terça e quarta-feira, em Tóquio, Japão, país que elevou o tom dos protestos contra o crescente número de vítimas civis nos bombardeamentos israelitas a Gaza. O Japão reafirmou também o apoio à "solução de dois Estados" para pôr fim ao conflito.

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