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Opinião

Negócio bancário

EDITORIAL

São os bancos que de forma tranquila se preparam para o futuro, que não estão nas bocas das pessoas, seja por que razão for, que geram mais confiança. E o negócio bancário, como me ensinou o meu pai, é fundamentalmente isso, confiança.

Este foi um mês em que muito se falou do sector bancário, com muitos dos bancos comerciais a realizarem as suas assembleias gerais, alguns vão mesmo ter de realizar assembleias extraordinárias para completar as decisões anteriores que acabaram por ser indeferidas pelo BNA, que é como quem diz "chumbadas" pelo regulador. Não restam dúvidas que a nova lei tem criado alguns problemas às instituições, sendo que o período de adaptação pode inclusive levantar outras questões mais profundas, capazes de alterar o sector.

Por exemplo, fala-se com mais insistência sobre fusões, com mais atenção sobre compliance, com mais profundidade sobre factores críticos de sucesso, projectando-se o futuro com maior insistência. Se olharmos para o nosso mercado de uma forma global, preparam-se também dois processos importantes de privatização de parte do capital que o Estado detinha, também do abandono de um grupo que vai levantar espaço para soluções mais ou menos elaboradas, no fundo, chegou o momento dos privados, numa primeira fase dos acionistas, de mostrarem que têm capacidade para ter um banco. E não estamos apenas a falar de dinheiro, mas também de capacidade de gestão ou humildade suficiente para contratar esse "know-how".

Não sendo a nossa função emitir opinião sobre estes processos, parece claro para quem acompanha este sector com alguma proximidade quais são as instituições que se mostram mais capazes para segurar este sector. Que não precisam de criar cortinas de fumo, de utilizar as redes sociais para se pôr em bicos de pés, que não estão envolvidas em situações que parecem pôr em causa a sua continuidade. São estas, as que de forma tranquila se preparam para o futuro, que não estão nas bocas das pessoas, seja por que razão for, que geram mais confiança. E o negócio bancário, como me ensinou o meu pai, é fundamentalmente isso, confiança.

E vem aí o GAFI, que irá analisar três ou quatro bancos comerciais escolhidos de forma aleatória, e cujos resultados terão consequências sobre todos. Por isso não é de estranhar que os mais organizados estejam preocupados com o que se passa à sua volta, que o BNA tenha um trabalho redobrado, pois o tempo agora é mais de decisões do que de pedagogia. Reconheço que é necessário coragem para tomar decisões contra interesses que se cristalizaram ao longo de décadas, mas o regulador tem que decidir. Não pode ficar a assistir, nem escolher o caminho do não comprometimento. São necessárias pontes, diálogo, mas também é preciso acção, decisão.

É nesta linha de raciocínio que vejo alterações, ou pelo menos manifestações de intenção, no actual panorama da banca nacional. Acho mesmo que vêm aí grandes surpresas. Querem apostar?

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