Quase 40 projectos diamantíferos estão em prospecção no País
A geografia da produção de diamantes no mundo poderá conhecer outro rumo caso apareçam investidores interessados em investir no projecto mineiro do Luaxe. Ao todo, este é um dos sete projectos que estão à procura de investidores para arrancar em definitivo com a produção naquele que é um dos maiores kimberlitos do mundo, colocando Angola no top 3 dos produtores.
Angola é actualmente o sétimo maior produtor de diamantes do mundo, mas tem como objectivo entrada atingir o top 3 até 2027. Para isso conta com a em produção da mina do Luaxe, mas também de outros 38 projectos mineiros que estão em prospecção em território nacional, esperando-se que uma parte deles arranque em definitivamente com operações este ano. A província da Lunda Norte é a região com mais projectos mineiros em prospecção, seguindo-se a Lunda Sul e em último Malanje.
De acordo com o presidente do conselho de administração da ENDIAMA, Ganga Júnior, espera-se que até ao final do I semestre deste ano entre finalmente em funcionamento aquele que será um dos maiores kimberlitos do mundo, mina do Luaxe, que quando atingir o pico de produção - 10 milhões de quilates - irá produzir tanto como, por exemplo, o Governo projectou que seja produzido por todos os projectos em conjunto só em 2022. Juntando o Luaxe a outros projectos em prospecção, o sonho de subir do sétimo lugar de maiores produtores para o top 3 é um pequeno passo.
Mas para isso é preciso chegar aos investidores numa altura em que impera a incerteza provocada pela pandemia da Covid-19. Segundo Ganga Júnior, actualmente existem sete projectos que necessitam de financiamentos e representam "excelentes oportunidades" de investimento. O destaque vai para a Mina do Luaxe, Lunda Sul, que precisa de 200 milhões USD para arrancar definitivamente a sua operacionalização, mas já apresenta bons indicadores de amostragem inicial.
Ainda assim, do Luaxe saíram no ano passado 1,6 milhões de quilates de diamantes, equivalente a 19,5% da produção total nacional. Um bom indicador para uma mina que ainda não está oficialmente em funcionamento, mas que já é o segundo maior projecto produtor de diamantes em Angola.
Luembe, Luachimba, Luminas, Lunhinga, Sangamina e Calonda, na Lunda Norte, são os seis projectos que aguardam por investimentos. Para o cumprimento deste desiderato, Ganga Júnior lembra que Angola tem-se esforçado para atrair investidores estrangeiros, e tem vindo a implementar importantes reformas a nível regulatório, bem como na concessão de incentivos fiscais.
Ou seja, melhorar o ambiente de negócios e a transparência na indústria diamantífera. Estas reformas visam transformar o subsector dos diamantes num dos maiores contribuintes para a economia angolana, e num dos sectores prioritários na estratégia de redução da dependência do petróleo, a tão esperada diversificação económica que tarda em sair do papel.
(Leia o artigo integral na edição 659 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)