Estes valores excluem as 12 milhões de doses da vacina que estão prometidas a Angola, no âmbito do programa Covax e que servem para imunizar 6 milhões de pessoas, a custo zero, como afirmou a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, em Dezembro, quando anunciou detalhes do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, que tinha arranque previsto para Fevereiro. Data que vai sofrer um adiamento, na melhor das hipóteses até Março, se se confirmar a chegada das primeiras vacinas encomendadas pelo Covax, programa criado pelas Nações Unidas para garantir que as vacinas chegam aos países de média e baixa renda. O programa conta com a participação de 190 economias, num esquema em que as mais ricas pagam um valor superior ao custo de cada uma das vacinas encomendadas para permitir que 92 países, entre os quais se inclui Angola, recebam o número de doses necessárias para imunizar pelo menos 20% da população, sem custos para o País.

No caso de Angola, as vacinas que chegam através do Covax correspondem às 12 milhões de doses anunciadas por Sílvia Lutucuta. Quantidade que chega para imunizar 6 milhões de angolanos, ficando 25,1 milhões de pessoas sem cobertura se a imunização implicar a vacinação de toda a população angolana, calculada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em 31,1 milhões de habitantes.

Neste cenário, a factura mais cara envolve a opção pela vacina da farmacêutica chinesa Sinopharm, a BBIBP-CorV, que chega ao mercado ao preço de 145 USD pelas duas doses necessárias, o que atiraria os custos de vacinar 25,1 milhões de angolanos para os 3,7 mil milhões USD (ver tabela). No caso de ser possível obter imunidade de grupo com 70% da população vacinada (como prevê o plano de vacinação de África do Sul) seriam necessários 2,3 mil milhões USD, tendo em conta as 31,6 milhões de doses necessárias da vacina da Sinopharm da Farmacêutica Nacional da China. Já se Angola optasse por imunizar apenas a população com mais de 16 anos (como acontece em Israel) a factura encolheria para os 1,4 mil milhões USD, já que ficariam excluídas da vacinação 15,3 milhões de pessoas.

(Leia o artigo integral na edição 609 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Janeiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)