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Angola

Fundo de investimento Imobiliário foi constituído em 2022

FUNDINVEST GERE IMÓVEIS DA ENSA

O Fundivest foi criado o ano passado e está capitalizado com 120 mil milhões de Kz. É gerido pela Eaglestone Capital. BAI é o banco depositário.

O edifício que desabou na Avenida Comandante Valódia faz parte de um conjunto de imóveis que pertencem à ENSA e que estão parqueados num fundo de investimento imobiliário, o Fundinvest, constituído a meio de 2022 com um capital de 120 mil milhões Kz, de acordo com informação publicada no site do gestor deste fundo, a Eaglestone Capital.

O fundo está domiciliado no Banco Angolano de Investimentos (BAI) e é gerido pela Eaglestone que tem a missão de rentabilizar os imóveis para habitação e escritórios que pertencem à seguradora.

No relatório e contas de 2021 da ENSA, tinha sido anunciada a criação deste fundo tendo em vista uma lógica de maior preservação, rentabilidade e gestão por equipas especializadas em património imobiliário. A ENSA detém um vasto parque imobiliário constituído por imóveis de rendimento e de serviço próprio, em resultado do "Protocolo de Transferência de Responsabilidade firmadas com as Empresas Seguradoras que operavam em Angola no período anterior à sua constituição". De acordo com o R&C 2021, no final daquele ano este activo estava avaliado em 59,4 mil milhões Kz, e gerou rendas de mais de 2,2 mil milhões Kz. Contas feitas, a seguradora cujo capital é 100% do Estado recebeu, em média cerca de 180 milhões de rendas mensais pelas suas centenas de imóveis espalhados um pouco por todo o país. No entanto, os propsectos publicados no site da Eaglestone são omissos em relação ao número de imóveis sob sua gestão. Também os vários relatórios e contas da seguradora não avançam com essa informação. Assim, mantém-se a dúvida sobre quantos imóveis tem esta seguradora em sua posse, sabendo-se, apenas, que é dos principais proprietários no País. Segundo apurou o Expansão, uma boa parte dos arrendatários destes pagam rendas baixas, já contratualizadas há várias décadas. Além de rendas baixas, há casos de incumprimento no pagamento de rendas.

Aliás, fontes do Expansão esclarecem que a maior dificuldade na gestão do património imobiliário da ENSA tem sido as dificuldade para assegurar que os inquilinos paguem as rendas. Foi esta uma das razões para se ter parqueado os imóveis num fundo, até porque a seguradora vai ter alguns benefícios fiscais.

O Fundo tem duração de 10 anos, contados a partir da data da sua subscrição, podendo esta ser prorrogável por períodos de 5 anos, desde que seja obtida deliberação favorável da Assembleia de Participantes.