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Economia

Angola não tem calculado o custo de produção de petróleo

ANPG apenas disponibiliza custos de exploração

Angola não tem calculado e consolidado o custo médio de produção do barril de petróleo no País, o que lhe retira competitividade e eficiência na arrecadação de receitas e torna o processo menos transparente afastando potenciais investidores, defendem vários especialistas do sector.

A própria Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), que herdou as funções de concessionária nacional há pouco mais de dois anos utiliza um cálculo que assenta, essencialmente, nos custos de operação, que passaram de 7,53 USD em 2019 para 10,17 USD por barril até Junho de 2021. Tem sido estes números que a ANPG tem avançado no seu relatório de gestão e que mostra aos potenciais investidores nesta nova fase de captação de investimento para inverter o declínio da produção angolana.

No entanto, segundo vários especialistas, este método de cálculo não está correcto, pois não está alinhado com as práticas internacionais, uma vez que os custos de produção contemplam uma média que engloba todos os gastos que envolvem desde a pesquisa até à produção. "O custo de produção não é um cálculo fácil. Tem de ser actualizado todos os anos, mete-se os custos desde os primeiros dólares despendidos na pesquisa até a produção" sublinha José Oliveira.

Para Oliveira a concessionária nunca consolidou os custos de vários blocos, nem os calculou para depois fazer as médias ponderadas de acordo com o volume de investimento e de reservas descobertas. Defendendo que como a Sonangol nunca concluiu a tarefa esta passa para a herdeira da função concessionária a ANPG. Mas acredita não vai ser uma tarefa fácil porque tem que se calcular os dados desde o início da produção até à presente data. Oliveira refere que vários especialistas do sector apontam a um custo médio de produção à volta dos 30 USD, ou seja, três vezes mais que o valor que a ANPG tem apresentado aos potenciais investidores. Para Patrício Quingongo o valor médio de produção é de 35 USD, valor ligeiramente superior ao apresentado por José Oliveira.

Segundo os especialistas, o valor de produção em Angola é elevado face a outros países. Pesa o facto de a maior parte da produção ser feita em offshore, mas também o facto de termos poucos campos "gigantes", ou seja, quanto maior a produção mais baixo é o custo.

Para o partner da Deloitte para o sector de petróleo e de gás, Frederico Martins Correia, a agência enquanto concessionária precisa de ter uma visão mais alargada e profunda sobre o custo médio de produção do País. Para o efeito, recomenda que a ANPG faça um levantamento e tratamento da informação do valor do custo de produção de cada um dos blocos em produção junto da Sonangol e das companhias internacionais de exploração e produção presentes no território nacional.

(Leia o artigo integral na edição 637 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Agosto de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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