BNA decide curso da política monetária na próxima semana, num momento em que a inflação homóloga está abaixo da taxa directora
O banco central tem optado pela manutenção das taxas de política monetária, justificada pela trajectória decrescente da taxa de inflação. Em Agosto a inflação homóloga fixou-se em 18,9%. Na última reunião, o CPM decidiu manter a taxa directora em 19,5% e cortou 1,0 ponto percentual no coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional para 18%.
O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), órgão responsável pela formulação da política monetária e cambial, vai decidir, na próxima semana, o curso da política monetária, num momento em que a inflação homóloga está abaixo da taxa directora.
Segundo um comunicado do banco central, a reunião vai realizar-se nos dias 15 e 16 de Setembro, naquela que será a 125.ª Reunião Ordinária. "Assim, com o intuito de apresentar os resultados da reunião aos agentes económicos, será realizada a habitual Conferência de Imprensa do Comité de Política Monetária, no dia 16 de Setembro, que será transmitida através do Canal do BNA no YouTube, a partir das 15h00", explica o BNA.
A expectativa é que o banco central mantenha as taxas de juros ou mesmo alivie a política monetária, já que nos últimos encontros tem optado pela manutenção das taxas de política monetária, justificado pela trajectória decrescente da taxa de inflação. Aliás, os dados mais recentes do INE, apontam que a inflação homóloga de Agosto desacelerou 0,67 pontos percentuais para 18,9% face aos 19,5% registados em Julho, mesmo com a subida do gasóleo que se verificou nos mês de Julho. Mas o facto é que a taxa de inflação já está abaixo da taxa de juros directora.
Na última reunião, o Comité de Política Monetária decidiu, pela sétima vez consecutiva, não mexer taxa directora de juros (Taxa BNA) ao manter-se nos 19,5% desde Março de 2024, bem como a taxa de juros da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5% (taxa que o banco central cobra aos bancos para lhes emprestar dinheiro) e a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (a taxa de juro que os bancos recebem quando depositam fundos no banco central) em 17,5%.
Por outro lado, o banco central cortou 1,0 ponto percentual no coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, de 19% para 18%, o que significa que houve um ligeiro alívio na política monetária, com mais dinheiro a circular na economia.
Foi a terceira vez neste ano que o CPM decide reduzir este coeficiente, depois de ter cortado, igualmente, 1,0 pp, em Janeiro e em Maio. Contas feitas, o banco central já cortou 3,0 pontos desde o início do ano. Com a redução da taxa para 18% significa que, no limite, os bancos podem transformar mais dos seus depósitos em crédito ou em aplicações em investimentos como dívida pública, já que os bancos estão obrigados a guardar menos dinheiro no banco central.