Foram anunciados esta semana os dividendos a distribuir pelo BAI e Caixa Angola, as duas instituições que abriram o mercado de acções em 2022, sendo a terceira vez que isto acontece. Isto permite fazer contas sobre a taxa de rentabilidade destes títulos, que é superior à de qualquer outro produto financeiro disponível no mercado angolano durante este período.

O Caixa Angola vai remunerar 1.277,55 Kz por acção, depois de em 2023 ter distribuído 862 Kz/acção e em 2024, em Abril, 897,71 Kz/acção (ver tabela). Isto significa que em três anos já "entregou" quase 3 mil Kz por acção, que representam 60% do valor da subscrição inicial (5 mil Kz).

Por cada 1.000 Kz investidos no Caixa Angola, os subscritores já receberam 600 Kz, sendo que o valor das acções triplicaram o seu valor desde o lançamento, estando hoje cotadas a 15.100 Kz. Quer isto dizer, que se estas fossem vendidas hoje a preços do mercado, embora depois da distribuição de dividendos exista a tendência para as cotações baixarem, cada 1.000 Kz investido neste título teria um retorno de 3.600 Kz, em três anos. Estamos a falar de uma taxa de rentabilidade de 260% desde 29 Outubro de 2022, data em que foram cotadas na BODIVA.

Fazendo o mesmo exercício para as acções do BAI, que foram contadas em Bolsa a 9 de Junho de 2022 com o preço 20.640 Kz, a rentabilidade é ligeiramente mais baixa, mas também muito acima das médias do mercado financeiro.

O banco anunciou para este ano uma distribuição de dividendos por acção de 3.494,58 Kz, juntando-se aos 4.921,65 Kz de 2024 e 2.212,71 de 2023. No total, em três anos, o BAI distribuiu dividendos de 10.628,94 Kz por acção, que corresponde 51,5% do valor de cotação inicial. Quer isto dizer, que por cada 1.000 Kz investido nas acções do BAI, os subscritores já receberam 510 Kz, sendo que se vendessem hoje as acções a preços de mercado, passaram de 20.640 Kz para os actuais 60.000 Kz, teriam ainda um acréscimo de 190% face ao valor investido. Quer isto dizer que. por cada 1.000 Kz investidos, teriam um retorno de 3.415 Kz, ou seja, uma taxa de rentabilidade de 241,5% desde da entrada em bolsa.

Estas taxas de rentabilidade são muito superiores a qualquer outro produto financeiro, mesmo das obrigações indexadas a moeda estrangeira, o que pode ser um estímulo para que muitos cidadãos possam levar as suas poupanças para o mercado bolsista.

Também é importante dizer que estas contas têm como base os valores de lançamento, sendo natural que muitos dos actuais detentores destas acções já as tenham comprado aos longo deste tempo em mercado secundário, por isso a preços mais elevados, porque a tendência tem sido de aumento das cotações e não o contrário. Por isso as taxas de rentabilidade para estes são mais baixas.

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