Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

Afinal lucros do BPC caíram 6% para 120,1 mil milhões Kz em 2024 apesar do bom desempenho

AUDITOR EXTERNO DIZ QUE CONTINUIDADE DO BANCO DEPENDE DO APOIO DO ESTADO

O exercido de 2024 fica marcado pelo segundo ano consecutivo de lucros após 7 anos consecutivos de prejuízos. O banco também conseguiu limpar 9 das 13 reservas do auditor externo, ainda assim fica por limpar as reservas mais importantes. 2024 também fica marcado pelo regresso à casa dos funcionários do BPC com a reabilitação do edifício sede que custou 38 mil milhões Kz.

O lucro do Banco de Poupança e Crédito (BPC) caiu 6% para 120,1 mil milhões Kz em 2024 face aos 127,3 mil milhões Kz registados em 2023, de acordo com cálculos do Expansão com base no relatório e contas do banco. Aliás, é a primeira vez que o BPC apresenta contas consolidadas. Ainda assim, o banco regista bom desempenho nos indicadores, depois de estar sete anos no vermelho com prejuízos entre 2016 e 2022, e ter reduzido o número de reservas do auditor independente de 13 para 4 em 2024.

Entretanto, o auditor (Deloiitte) diz continuidade do banco vai dedo apoio do Estado. "A adequacidade do pressuposto da continuidade das operações do Grupo depende da continuidade do apoio dos seus accionistas, do sucesso da implementação do Plano de Modernização de Sistemas de Informação ("PMSI"), da concretização do plano estratégico 2024/2027 e das suas operações futuras", lê-se no relatório.

Assim, no exercício de 2024 em termos consolidados, o banco presidido por Cláudio Pinheiro (PCA) e que tem como CEO Luzolo de Carvalho, registou um activo avaliado em 1,6 biliões Kz, o que representa uma queda de 21% face aos 2,0 biliões Kz de 2023. Grande parte são investimentos ao custo amortizado (compostos por títulos de dívida pública) com 422,9 mil milhões KZ, que representam maioritariamente as "injecções de capital" que o Estado fez no banco. Os títulos e valores mobiliários valem cerca de 26% do total do activo líquido do BPC, quando em 2019, altura em que se começou a dar os primeiros passos para reestruturação do banco valiam 454,1 mil milhões Kz.

Segue-se o stock de crédito a clientes (com um peso de 23% do total de activos), que registaram um crescimento de 4%, ao passar de para 379,9 mil milhões Kz para 364,2 mil milhões. Ainda assim, muito longe dos mais de 1,2 biliões Kz que tinha antes da reestruturação, e que acabou por "seguir" 80% para Recredit como activo tóxico e os 20% do ficaram com banco para sua recuperação.

"Foi tornado público que ficariam sob a gestão da Administração do banco 20% desta carteira de créditos histórica , àqueles que tinham melhores condições de recuperação, e que exigiriam menos esforço porque a Administração teria um papel na implementação do Plano de Recuperação e Reestruturação (PRR) que seria penoso e profundo. Para a Recredit só foram 80% e os 20% estamos a recuperar. Isto vem ajudar também os resultados actuais porque tudo o que for recuperado vai para resultados. E, portanto, é lucro", explicou Cláudio Pinheiro.

Quanto ao passivo do banco, os depósitos caíram 9% para 1,1 biliões Kz, menos 100,0 mil milhões quando comparado com os depósitos registados em 2023. Contas feitas, em 2024, o rácio de transformação (relação entre os depósitos e os empréstimos) do BPC foi de 36% superiores aos 32% do exercício anterior.

O banco também viu os capitais próprios disparem 61% para 323,6 mil milhões Kz (mais 122,4 milhões Kz). Assim, o rácio de fundos próprios regulamentares (RFPR) ficou em 27,0% mais 12,7 pontos percentuais, face os 14,3% de 2023.

Entretanto, no balanço, o BPC tem quase 1,2 biliões Kz negativos de outras reservas e resultados transitados, que, no fundo, é o acumulado dos prejuízos verificados nos anos anteriores, e só podem ser limpos com lucros. Só para se ter noção, o BPC vem de uma sequência de resultados negativos há sete anos: 21,7 mil milhões Kz em 2016; 73,1 mil milhões em 2017; 26,9 mil milhões em 2018; 404,7 mil milhões em 2019, 524,9 mil milhões em 2020, 83,2 mil milhões em 2021 e 120, 4 mil milhões em 2022. Contas feitas, o maior banco público acumulou quase 1,3 biliões Kz de prejuízos desde 2016, de acordo com cálculos do Expansão, equivalente a 2.686,3 milhões USD à taxa de câmbio de fim de período de cada ano.

Leia o artigo integral na edição 824 do Expansão, de sexta-feira, dia 02 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo