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Empresas & Mercados

Confiança dos empresários e gestores voltou a cair no II trimestre deste ano

INDICADOR DE CLIMA ECONÓMICO

O turismo é um dos sectores onde a confiança "galgou" terreno, o mesmo acontecendo com a indústria extractiva. Isto, num período em que a produção petrolífera atingiu valores preocupantes.

O Indicador de Clima Económico, que mede a confiança dos empresários sobre a evolução da economia nacional no curto prazo, voltou a cair no II trimestre deste ano face ao trimestre anterior. Entre os 7 sectores alvo deste inquérito do INE, apenas dois não viram a confiança cair.

O ICE avalia as expectativas dos empresários (confiança ou pessimismo) sobre a evolução da economia no curto prazo. Os actuais 5 pontos do ICE correspondem à diferença entre as avaliações positivas e negativas dos empresários sobre as perspectivas de evolução da economia angolana. Ou seja, a percentagem de empresários que tem perspectivas positivas sobre a evolução da economia nacional no curto prazo excede em 5 pp a percentagem dos que têm expectativas negativas. Juntamente com o IV trimestre de 2024, trata-se do valor mais baixo desde o IV trimestre de 2021.

O sector da construção é, tradicionalmente, aquele onde o pessimismo mais tem imperado neste relatório que o INE faz trimestralmente desde 2008. No II trimestre deste ano, foi o único sector onde o pessimismo se sobrepõe à confiança, com o indicador de confiança a cair de 8 pontos no I trimestre para -4 no II. Ainda assim, longe dos -48 que são a média do sector desde 2008, sinal de que a construção, que é um sector intensivo em mão-de-obra, tem sido dos mais afectados pelas sucessivas crises que o País tem enfrentado. A insuficiência da procura, a deterioração das perspectivas de venda, a escassez de materiais, o nível elevado das taxas de juro e as dificuldades no acesso ao crédito bancário foram os principais constrangimentos identificados no trimestre em análise.

Segue-se o sector dos transportes, que caiu 1 ponto percentual. Apesar da queda, mantém-se em terreno positivo, com apenas 1 ponto, ou seja, percentagem de empresários que tem perspectivas positivas excede em 1 ponto os que têm expectativas negativas. Neste II trimestre verificou- -se um aumento do preço do gasóleo, bem como das tarifas.

Já a indústria extractiva passou de terreno negativo para positivo, para 1 ponto, apesar da queda da produção que se verificou em termos de produção petrolífera. O excesso de burocracia, a falta de mão- -de-obra especializada e as dificuldades financeiras foram as principais dificuldades registadas no sector. A insuficiência dos equipamentos e o elevado absentismo do pessoal qualificado também dificultaram as actividades das empresas. Ainda assim, este é um dos dois sectores, juntamente com o turismo, que viu a confiança aumentar face ao trimestre anterior.

Já a indústria transformadora caiu 2 pp para 8 pontos, ainda assim acima da média de 2 pontos do sector desde 2008. A falta de matéria-prima, as dificuldades financeiras, o excesso de burocracia, bem como as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos e a escassez de mão-de- -obra especializada foram os principais constrangimentos enfrentados pelos gestores.

O turismo viu a confiança dos seus empresários subir ligeiramente para 11,8 pontos, acima da média histórica de pessimismo (-8 pontos). Menos empresas tiveram constrangimentos no desenvolvimento das suas actividades, mas as dificuldades financeiras, o excesso de burocracia e regulamentações estatais e a insuficiência da capacidade de oferta foram os constrangimentos mais registados no sector.

O comércio continua a ser o segundo sector com mais confiança, com um total de 15 pontos, acima do -1 de média, enquanto a comunicação é onde os empresários estão mais confiantes, com um total de 27 pontos.

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