"Guerra" das marcas Coca-Cola e Pepsi chega ao mercado nacional
Depois de ter ficado sem a licença para produzir a Coca-Cola no País, o Grupo Castel aponta baterias para a maior rival da marca norte-americana, a Pepsi, colocando assim as duas grandes marcas a competirem o mercado nacional. O grupo francês até já investiu numa nova linha de engarrafamento.
Apesar de não haver confirmação oficial, o Expansão sabe que Grupo Castel está em negociações para engarrafar e distribuir a marca de refrigerante Pepsi no mercado nacional, depois de ter deixado de representar a Coca- -Cola no país, que entretanto será engarrafada pela concorrente Refriango.
A presença da Pepsi em Angola faz parte do plano estratégico do grupo francês para África e, é também uma resposta à Coca- -Cola que cedeu a licença para engarrafamento, distribuição e comercialização à Refriango, antes cedida ao Grupo Castel. Actualmente, o grupo francês é líder do mercado nacional de bebidas, com sete fábricas de cerveja, num espaço partilhado com a Refriango.
Segundo apurou o Expansão, para dar resposta ao novo desafio, a Castel comprou recentemente uma nova linha de engarrafamento ao grupo alemão Krones, que é líder mundial na produção e instalação de linhas de engarrafamento.
O fim da parceria entre o grupo Castel e a Coca-Cola não aconteceu só em Angola, pois as duas gigantes das bebidas terminaram também a sua parceria em Madagáscar e noutros países. Recentemente, o grupo francês anunciou que deixaria também de ser o engarrafador da Coca-Cola nos Camarões, Senegal e Burkina Faso. Já na Costa do Marfim, a retirada da licença está prevista para o próximo mês de Julho, de acordo com o jornal L" Afrique.
Desde a sua inserção no continente africano, a Coca-Cola, líder mundial de refrigerantes, multiplicou aquisições e parcerias e tinha desde há muitos anos como sócios o grupo Castel. Conforme o jornal L" Afrique, as quebras de contrato que se têm registado são o resultado de desentendimentos entre as duas indústrias, sendo que a Castel critica a Coca-Cola por impor-lhe condições não lucrativas, enquanto a empresa norte-americana critica a Castel por querer "jogar o seu próprio jogo com as suas bebidas, seguindo o exemplo da Youki na Costa do Marfim, mas também da Cola Mundial em toda a África ou da Top nos Camarões".
Assim, a "guerra" entre o Grupo Castel, que está presente em vinte países e possui 170 linhas para engarrafar, e a Coca-Cola deverá agora ser extendida a Angola, com a entrada em cena de outra grande marca reconhecida a nível mundial, e a grande rival da Coca-Cola, a Pepsi.
(Leia o artigo integral na edição 677 do Expansão, de sexta-feira, dia 03 de Junho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)