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África

Operadores africanos do oil & gas querem agenda "Africa First"

ESTIMATIVAS DAS RESERVAS DE PETRÓLEO E GÁS SÃO “EXTREMAMENTE CONSERVADORES” E PODEM DUPLICAR

"Devemos desenvolver soluções afrocêntricas para os problemas que enfrentamos", defende o secretário-geral da Organização dos Produtores de Petróleo Africanos (APPO), Omar Farouk Ibrahim, desafiando os operadores do sector do oil & gas a abraçar uma agenda que coloque África em primeiro plano.

O secretário-geral da Organização dos Produtores de Petróleo Africanos (APPO), Omar Farouk Ibrahim, e o presidente da Associação Africana dos Refinadores e Distribuidores (ARDA), Mustapha Abdul-Hamid, querem romper com a abordagem histórica à exploração de petróleo e gás no continente, defendendo em alternativa uma estratégia que coloque África em primeiro plano, numa alusão ao "America First" do Presidente dos EUA, Donald Trump.

"Será correcto que África exporte 75% do seu petróleo e 45% do seu gás quando a maior parte da sua população vive sem acesso à energia moderna?", questionou Omar Farouk Ibrahim, no seu discurso na conferência da Associação Africana de Refinadores e Distribuidores (ARDA), no dia 7, na Cidade do Cabo, África do Sul, onde Mustapha Abdul- -Hamid bramiu o slogan "Africa First", num apelo à mudança de paradigma na exploração dos recursos naturais do continente.

Segundo o secretário-geral da APPO, a "triste realidade" da indústria africana do petróleo e gás, nos últimos 75 anos, tem sido a procura de reservas ditada pelas necessidades dos operadores externos e não pelas necessidades energéticas do continente. "Por outras palavras, nunca foi África em primeiro lugar", sublinhou. Isto, como frisou, causou distorções, que penalizaram, e penalizam, as economias africanas e as suas populações.

"Quando se prevê que os benefícios dos preços globais do petróleo e do gás vão para o norte, os investidores investem muito dinheiro na exploração, mas quando vão para sul, abandonam toda a exploração. As necessidades do continente africano de mil milhões de pessoas com pouco acesso à energia moderna nunca são consideradas na procura de energia", lamentou Farouk Ibrahim.

"Em todo o mundo, os países estão a começar a olhar para dentro - a América primeiro, e a Europa também se está a unir, o que significa que não temos outra escolha senão olhar para dentro", declarou, por sua vez, o presidente da ARDA, salientando que África só poderá sobreviver num mundo onde todos se preocupam consigo próprios, se determinar a sua própria agenda de crescimento.

"Devemos desenvolver soluções afrocêntricas para os problemas que enfrentamos", declarou, lembrando que só quando os "outros decidiram recusar as nossas exportações é que considerámos torná-las acessíveis ao nosso próprio povo".

Segundo Ibrahim foi necessária a transição energética, altura em que o continente sofreu pressões para abandonar os combustíveis fósseis em favor de energias limpas, para África perceber os seus erros e tomar consciência que "nunca controlou as suas finanças, as tecnologias ou os mercados que sustentam as suas economias".

Leia o artigo integral na edição 822 do Expansão, de quinta-feira, dia 17 de Abril de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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