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África

O mundo em contra-relógio para conter a nova variante fecha o espaço aéreo. África do Sul reage, irritada

África Austral no epicentro da nova variante Omicron

Inúmeros países do mundo, Angola incluída, fazem de tudo para minimizar os efeitos da nova variante do coronavírus, mas tal como os cientistas previam, logo na sexta-feira, a Omicron, identificada pela primeira vez pelos sul-africanos, está já disseminada em vários países do mundo. Portugal registou os primeiros 13 casos em elementos de uma equipa de futebol

As medidas por agora passam em encerrar o espaço aéreo ou restringir viagens de diversos sete países da África Austral, como por exemplo, Moçambique e África do Sul e a vizinha Namíbia, e impor novas medidas de quarentena obrigatória, à medida que novos casos vão sendo detectados. Diversos países estão a pedir testes PCRs aos passageiros que viajam a partir de África até dois dias depois da chegada.

Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Austrália, Canadá, Arábia Saudita e Coreia do Sul limitaram as viagens a todos quantos viajam a partir do sul de África, Singapura e Índia também estão a impor restrições. A Suíça foi mais longe e está impôs restrições a países não africanos onde os casos estão a ser detectados. Mas Israel foi o primeiro país a fechar as suas fronteiras a estrangeiros. Os estrangeiros que viajarem para o país estão sujeitos a uma quarentena sob vigilância do exército e pelos serviços internos de inteligência, o Shin Bet.

Cyril Ramaphosa, o presidente da África do Sul, tem vindo a protestar contra os países que estão a impor restrições aos viajantes sul-africanos, e falou mesmo de medidas "completamente injustificadas".

A variante Omicron, que foi detectada pela primeira vez em Botswana e na África do Sul, o que não quer dizer que tenha origem nestes países, não tem, de acordo com as autoridades sul-africanas "qualquer justificação científicas" para impor este tipo de medidas. Ramaphosa assume-se "profundamente decepcionado" com as medidas tomadas pelo Reino Unido e outros países.

As restrições "discriminam injustamente" a África Austral quando o surgimento da Omicron deveria ser um alerta para acabar com a desigualdade no acesso africano à vacinação em comparação com os países ricos, disse o Presidente sul-africano, quando se dirigiu ao país, e ao mundo, através da televisão.

Os líderes empresariais do país ecoam a opinião de Ramaphosa e acrescentam que as proibições de viagens vão estrangular a economia mais industrializada do Continente africano.

O que sabemos sobre a variante Omicron que gerou alarme global, Anthony Fauci, o consultor científico dos Estados Unidos, que adiantou que, por agora, não já nenhum caso detectado no país, o que não significa que a nova variante não tenha já chegado aos Estados Unidos.

Na Holanda, o ministro da saúde, Hugo de Jonge, adiantou que 13 casos de Omicron encontrados no país estão entre os 61 passageiros com teste positivo para a nova estirpe em dois voos da África do Sul para Amsterdão na passada sexta-feira. Todos os passageiros foram colocados de quarentena em hotéis por um período de sete dias, ao mesmo tempo que o ministro da Saúde admitia a possibilidade de o vírus estar presente no país. Além dos Países Baixos (Holanda), há casos confirmados na Alemanha.

A Organização Mundial de Saúde designou o Omicron como uma "variante de preocupação" na sexta-feira, mas pediu que as fronteiras permaneçam abertas e que haja "equilíbrio" na resposta global à variante, detectada em testes PCR de rotina. No entanto, esta segunda-feira, reforçou a ideia de que o risco global da Omicron é "muito alto".

Desde o surgimento do novo coronavírus em Wuhan, China, no final de 2019, mais de 261 milhões de pessoas foram infectadas e pelo menos 5,1 milhões morreram em todo o mundo, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.