O custo do gás natural na Europa disparou
Os preços do gás natural na Europa dispararam para níveis recordes esta semana. Os contratos europeus de gás para entregar em Novembro passaram para 117,50 euros o megawatt-hora (MWh), quando no dia 1 de Outubro tinham já atingido o histórico preço de 100 euros MWh, contas feitas, era o equivalente a 190 dólares o barril do petróleo, esta semana, o valor passou o equivalente para 200 dólares.
No Reino Unido, os preços do gás natural quase que triplicam os preços do petróleo. Os preços crescentes da energia, que têm origem num rápido aumento de procura por energia desde que os bloqueios devido à pandemia diminuíram, bem como as medidas dos governos para cortarem a utilização do carvão altamente poluente, colocaram pressão sobre governos e legisladores europeus.
Espanha, Itália, França e Grécia já tomaram medidas, criando subsídios, para proteger as famílias dos custos elevados da energia.
Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, disse que Bruxelas está a pensar na criação de instalações comuns de armazenamento de gás, alertando para a dependência Rússia e elogiando a Noruega por tomar aumentar a produção. "Estamos muito gratos à Noruega, mas este não parece ser o caso da Rússia", disse von der Leyen.
A Rússia, o maior fornecedor de gás natural da Europa, restringiu as exportações através nos gasodutos nos contratos de longo prazo, apesar dos sinais claros de que os traders querem mais vendas.
O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu a situação na Europa como de "histeria e confusão", atribuindo a falta de oferta ao desinvestimento em combustíveis fósseis, numa altura em que as economias optam por energias renováveis.
A Ucrânia e outros países do leste europeu acusaram o Kremlin de utilizar o fornecimento de gás natural como pressão para garantir a aprovação do gasoduto Nord Stream 2, que transportará gás natural russo para a Alemanha, através do Mar Báltico, contornando a Ucrânia.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros de gás de referência subiram quase 10% nesta terça-feira, e os preços elevados na compra também levaram ao colapso, desde o início de Agosto, de 10 fornecedores de energia no Reino Unido, com milhões de clientes a serem transferidos para outras empresas.