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Opinião

Para quando a redução sustentada da inflação?

LABORATÓRIO ECONÓMICO

Há um grande desafio para este Governo de continuidade - finalizar os programas e políticas em curso e só depois atender a outras intervenções? É isto uma governação de continuidade?

O novo Governo da República é claramente um Governo de continuidade, prevendo-se o prosseguimento de todos os programas e políticas concebidas depois de 2017. Da implementação de alguns deles não resultaram os efeitos esperados: o desemprego continua muito alto, os índices de pobreza atingiram patamares inaceitáveis, a desocupação da população jovem em níveis muito preocupantes (trata-se da população mais dinâmica e mais empreendedora da sociedade), a inflação permanece em valores que não estimulam o investimento e corroem o poder de compra e a economia não dá sinais de recuperação sustentável. Dir-se-á que se precisa de tempo, mas esse tempo entre 2017 e 2022 não produziu alterações significativas nas modalidades sociais e nas estruturas produtivas do país.

Nos diferentes balanços da governação apresentados elencam-se medidas implementadas, obras públicas realizadas, reformas levadas a efeito, sem que, no entanto, a economia real e a sociedade verdadeira as tivessem transformado em benefícios, expressos na diversificação, no incremento do rendimento médio por pessoa, na redução da pobreza e na melhoria dos aspectos sociais mais relevantes (educação, saúde, protecção social).

Porque é que as políticas públicas não tiveram os resultados esperados? Na definição dos programas e das políticas é fundamental ter-se em atenção o desfasamento entre o "fazer" e o "acontecer", em vez de se anunciar apenas como boas essas intervenções públicas na sociedade (e referirem-se, nos balanços, que foram tomadas).

Há um grande desafio para este Governo de continuidade - finalizar os programas e políticas em curso e só depois atender a outras intervenções? É isto uma governação de continuidade? Ou novas operações interventivas estão em cogitação? Pode parecer ser muito pouco dar-se seguimento ao que se vinha fazendo, porque o ambiente externo vai deteriorar-se rapidamente, ainda com os resquícios da crise de crescimento induzida pela Covid-19 (aparentemente uma recuperação interrompida em 2021) e o aparecimento da crise energética na Europa, nos Estados Unidos, no Japão, na Coreia e na Austrália, como consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.

A taxa de inflação está a subir de uma forma dramática nos países mais directa e acentuadamente afectados pela guerra de invasão e a única forma de a controlar é a subida acentuada dos juros. Quer a inflação, quer as taxas de juro vão-se repercutir, negativamente, nas dinâmicas de crescimento dos países de menores rendimentos em África (com necessidades progressivas de financiamento dos países europeus para aguentarem o seu crescimento e evitarem a recessão, o dinheiro vai escassear a nível internacional e as economias menos desenvolvidas vão ter de pagar taxas de juro acrescidas para acederem a esses capitais), alguns deles, por enquanto, ganhadores com a subida do preço do barril de petróleo, mas mal preparados para quando os países desenvolvidos operarem a revolução energética tendente a reduzir drasticamente a dependência das energias fósseis, no caso dos países europeus democráticos, do petróleo e do gás russo

(Leia o artigo integral na edição 693 do Expansão, de sexta-feira, dia 23 de Setembrode 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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