Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Opinião

As externalidades das estratégias desarticuladas: REA VS PRODESI

CONVIDADO

Comer hoje sem criar bases para que os nossos filhos comam amanhã é, no mínimo, uma atitude egoísta.

Com grande júbilo, testemunhamos consumidores nacionais a celebrar a baixa dos preços da cesta básica, e muitas famílias até alegam que foi devolvido o poder de compra há muito perdido. É importante, antes de nada e primeiro de tudo, que percebamos que esta situação é uma consequência das acções do Executivo. Políticas específicas estiveram na base da redução de preços, alguns deles pela metade. O Ministério da Indústria e o Comércio pôs em marcha o plano operacional de Reserva Estratégica Alimentar (doravante REA).

Inicialmente, esta estratégia revela a aquisição, armazenamento e distribuição de aproximadamente 520 mil toneladas de produtos alimentares. Não menos importante, é recordar a razão pela qual a REA foi concebida, regular o mercado e influenciar a baixa dos preços dos produtos alimentares essenciais que integram a cesta básica. É ideal que o poder de compra dos consumidores seja devolvido, como reza a teoria microeconómica.

Caso este poder de compra não seja compensado estaremos em presença da demanda Marshalliana, e a REA iria remeter-nos à demanda HITCHILIANAM, quando a renda é compensada para garantir ao agente a mesma utilidade anterior à mudança no preço do bem. Surgem determinadas indagações, cuja observância nos remete para externalidades, positivas ou negativas. Por exemplo: Quem seria o responsável pela produção das, aproximadamente, 520 mil toneladas de produtos alimentares diversos? Houve uma articulação entre a REA e o PRODESI?

Quem seria o responsável pela produção?

Consideraria esta como sendo a questão de partida, antes mesmo de qualquer acção a ser tomada. Pressupõe-se uma decisão estratégica a ser tomada neste quesito, ora vejamos, as decisões estratégicas devem, inevitavelmente, revestir-se de interdependência sistémica (incerteza, conflito, senso crítico, risco, criatividade e iniciativa). Não obedecendo estes pressupostos, a responsabilidade da REA ficou a cargo da empresa GESCESTA, no sentido de garantir a operacionalidade e rigor da oferta e disponibilidade dos produtos no mercado.

O entreposto aduaneiro de Angola devia garantir que os concursos públicos fossem céleres, bem como a sua divulgação massiva, de forma a abranger até mesmo (ou diria, principalmente) os produtores rurais. A Reserva sugere guardar ou poupar para casos imprevistos, para externalidades positivas, excedente de produção, o que significa que o agente económico que faz a reserva tem capacidade de produção comprovada.

Houve uma articulação entre a REA e o PRODESI?

Uma questão não menos importante, é lembrar que, com vista a dinamizar a produção nacional, o Executivo levou a cabo vários programas de apoio à produção nacional, entre eles o Programa de Apoio à Produção, Substituição das Importações e Diversificação das Exportações (doravante Prodesi), que estabelecia linhas mestras para aceleração da diversificação da produção nacional e gerar riquezas.

À luz do Prodesi, foi criado o Programa de Apoio ao Crédito (Doravante PAC) com vista a financiar os projectos apresentados pelos produtores nacionais. Da pesquisa realizada(6) , três razões foram apontadas como sendo a causa do insucesso do PAC: 1) A qualidade dos estudos de viabilidade dos projectos; 2) a alta taxa dos juros; e 3) a ausência de garantias e capital próprio por parte dos empresários.

(Leia o artigo integral na edição 685 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Julho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo