Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Angola

Apenas 93.459 jovens angolanos têm emprego formal

TAXA DE INFORMALIDADE NOS JOVENS É DE 96,7%

O primeiro emprego, que é uma fase crucial no desenvolvimento profissional, acaba por ocorrer, na maioria dos casos, no mercado da informalidade.

No final do I trimestre deste ano, o número de jovens com emprego formal era de 93.459, equivalente a 3,3% das pessoas com idades entre os 15 e os 24 anos que segundo o INE estavam empregadas. Contas feitas, dos 2.832.093 de jovens empregados em Março com idades entre os 15 e os 25 anos, 2.738.634 viviam de biscates e outras actividades precárias, o que representa uma taxa de informalidade de 96,7%.

Os números do emprego têm sido graves nas idades entre os 15 e os 24 anos ao longo da última década. Numa comparação a apenas três meses, no final de Março dos 6.203.184 jovens com idades entre os 15 e os 24 anos em idade activa, 2.832.093 estavam a trabalhar.

No entanto, 2.738.634 tinham emprego informal e apenas 93.459 estavam na formalidade. Face a Dezembro, o número de empregos formais encolheu 119.080 ao passar de 212.994 para 93.459.

O INE, que durante quase quatro anos omitiu os dados da informalidade nesta faixa etária - o que impedia calcular o número de empregos formais - não justifica estes números, pelo que não se sabe se essa diminuição dos empregos formais se deve ao facto de, por exemplo, uma maioria de jovens ter atingido os 25 anos de idade, o que os empurraria para fora da contagem nesta faixa etária, ou se se tratou de uma extinção dos seus postos de trabalho. Certo é que para os especialistas a taxa de informalidade nesta faixa etária é preocupante.

"O problema da falta de empregos formais é sobretudo sentido pelos jovens à procura de um primeiro emprego e mais sentido ainda pelos recém-licenciados, que não encontram colocações correspondentes aos seus níveis de qualificação", considera o economista e gestor Álvaro Mendonça.

Já o economista Fernandes Wanda escreve nesta edição (ver página 43), que "já conhecemos o diagnóstico há muito tempo. Os números estão aí. A informalidade é esmagadora. A juventude, particularmente entre os 15 e 24 anos, está desamparada. A indústria, estagnada. A agricultura, improdutiva. O que falta é acção. Acção eficaz, estratégica, coordenada e, acima de tudo, com um prazo de execução". E acrescenta: "O desemprego, tal como a corrupção, precisa de ser encarado como o inimigo público número um. Sem emprego digno não há cidadania plena, não há desenvolvimento sustentável, e muito menos estabilidade social. Vamos continuar a ver jovens que (não) fazem falta, a deixar o País".

Edição 827 do Expansão, de Sexta-feira, dia 23 de Maio de 2025

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo