Falta de infra-estruturas atrasa negócios na Zona do Coelho
O péssimo estado das vias de acesso nas ruas adjacentes à bacia do Coelho, em Viana, atrasa o investimento local. Quase todos os dias registam-se quedas de contentores e prejuízos avultados.
As empresas e negócios que se encontram instalados nas zonas adjacentes à bacia do Coelho, em Viana, província de Luanda, estão a abandonar o local devido às sucessivas inundações e ao péssimo estado em que se encontram as vias de acesso. Mesmo sem chover, as ruas inundam-se de águas paradas que tornam as ruas intransitáveis. "
Além dos carros normais, temos registado prejuízos enormes com quedas de contentores carregados de bens alimentares, o que torna ainda mais difícil a vida das empresas e dos próprios moradores aqui do bairro", alerta o responsável de uma empresa de produção e distribuição de produtos alimentares.
O mau estado das ruas motivou a demissão de 11 professores da Escolinha da Paz, o que fez com que a instituição reduzisse o número de alunos de 1944 para 1332. "Mesmo com a intervenção que a direcção da escola efectuou, ao construir um passeio de 500 metros para permitir a passagem dos alunos, ainda assim, se não houver intervenção urgente, corremos o risco de fechar as portas porque há pais que estão a retirar os filhos daqui", conta a directora da instituição, Elizabeth Chinassole.
As empresas, escolas e os moradores da zona já tentaram intervir com meios próprios para melhorar as condições de algumas vias, como da Sagrada Família e da ADPP, mas a administração impediu que as obras prosseguissem alegando "ser da responsabilidade do Governo reparar as vias públicas", contam alguns moradores.
Além das empresas que começaram a abandonar as suas instalações, as famílias também estão a se retirar da zona. Durante uma visita ao local, o Expansão constatou cerca de 20 residências em estado de abandono. "Se viveres nesta zona estás automaticamente propenso à pobreza", desabafa um morador. Entretanto, a administração municipal admite que o problema das águas paradas nas ruas adjacentes à zona do Coelho carece de uma intervenção profunda e afirma que já foi realizado um estudo. Segue-se agora a preparação das condições materiais para o início das obras de requalificação.
De acordo com a administradora municipal adjunta para a área técnica, Loide António, há um empenho entre algumas empresas privadas, em parceria com a administração local, para começar os trabalhos de intervenção das ruas mais críticas, no sentido de desaguar as águas para a bacia do Coelho. "
Fizemos uma primeira intervenção com uma motobomba, mas vimos que esta não era a melhor solução. Fizemos um estudo e detectamos que o problema carece de uma intervenção profunda, por isso estamos a reunir o material necessário para darmos início às obras. Dentro de dias teremos o caso resolvido", promete Loide António.