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Angola

Huíla recupera tradição da cultura do tabaco num negócio que cria emprego e gera milhões

Única fábrica de tabaco em Angola e três operadores mundiais fornecem mercado

Da indústria tabaqueira angolana, que foi a primeira de todas as indústrias regulares no País, resta a Barco Trading Angola (BTA), no Lubango, única fábrica de tabaco no País, que produz desde 2002, a partir de uma unidade tecnologicamente avançada, que custou 40 milhões USD, entre construção, maquinaria e alta velocidade, mais 20 milhões de USD "semeados", desde 2016, em 4.000 hectares de terra com a plantação de folha de tabaco. O projecto final gizado ainda não é este. Até 2025, os responsáveis da BTA querem fazer da unidade uma fábrica de primeiro mundo e da plantação da Matala um gigante agro-pecuário. Até este último entrar em velocidade de cruzeiro ainda serão investidos mais 10 milhões USD.

Entre a fábrica e a plantação da folha de tabaco, a BTA emprega mais de 400 trabalhadores directos, sem contar com os indirectos pulverizados pela comercialização. Em 2018, a Barco teve um volume de negócios de 3,3 mil milhões Kz (12,7 milhões USD, à taxa de câmbio média do ano) e, em 2019, registou uma subida para 5.7 mil milhões Kz (15 milhões USD). O Estado arrecadou em impostos, só da BTA, em 2018, 246,7 milhões Kz (954 mil USD) e, em 2019, 147.2 milhões Kz (393 mil USD) um decréscimo fiscal face ao volume de negócios devido ao investimento nos terrenos e na plantação da Matala. Até Julho passado, liquidou 1,4 mil milhões Kz em impostos.

A BTA é uma empresa angolana da Pan African Tobacco Group, do ex-refugiado ruandês, Tribert Rujugiro, que nos anos 90 começou a vender cigarros em Angola. O gigante empresarial, que produz as marcas Yes, SPM Classic, SPM Player, Forum (Mentolado) e Forum (Sky Blue), mantém a estrutura familiar, três africanos na presidência e vice-presidência, sendo o maior grupo africano produtor de tabaco entre os gigantes mundiais. Hoje, para além da unidade-mãe, no Dubai, o Grupo contabiliza 6 fábricas em África: Angola, Burundi, Uganda, África do Sul, Nigéria, Tanzânia e República Democrática do Congo.

Área de plantação precisa de crescer até aos 10 mil hectares

O multimilionário, cuja marca de negócios é o envolvimento das comunidades locais, trouxe para Angola técnicos do Brasil e do Zimbabué e, em 2016, começou a plantar a chamada folha de ouro, hoje são 4 mil hectares. Para ser auto-subsistente e poder exportar vai alargar para 8 mil hectares e "para Angola ganhar dinheiro" é preciso "chegar aos 10 mil", diz António Leão, director da fábrica Barco, que, com a mão-de-obra local, ajudou a abrir picadas e ficou a ver a chuva cair, para medir os ml/ano, que a exigência da cultura obriga, o tipo de solo, as pragas possíveis e acompanhou, passo a passo, a plantação de um tabaco de máxima qualidade da variante Virgínia, de sabor intenso, o mais apreciado em África. Analisou, à lupa os níveis de nicotina que, quimicamente, o nitrogénio da terra do Lubango produz pela fotossíntese.

(Leia o artigo integral na edição 589 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Agosto de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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