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Angola

Centro da diversão nocturna na cidade de Luanda passa da Ilha para o Zango

POLÍCIA, PANDEMIA E CRESCIMENTO DA CIDADE ACELERAM MUDANÇA DE HÁBITOS

Entre outras razões, o apertado controlo policial ao consumo de bebidas alcoólicas, afugentou os clientes da Ilha de Luanda. Agora, o Zango 3 - Rua da Dira é o maior ponto de diversão da cidade, onde alguns bares podem facturar até 4 milhões Kz/dia.

Nos últimos tempos, os negócios de diversão e lazer na Ilha de Luanda perderam força. Já não se regista o fluxo de clientes que os restaurantes, bares, esplanadas e outros recebiam antes de a polícia intensificar as operações de fiscalização e da introdução de novos mecanismos legais para diminuir o número de acidentes e de infracções cometidas pelos automobilistas.

"Fechamos quando o último cliente sai, mas muitas vezes não passamos das 23 horas, quando antigamente íamos até de manhã", ressalva o funcionário de uma esplanada na Ilha de Luanda. Apesar de reconhecer a diminuição do número de acidentes, o garçon admite que "a Ilha deixou de ser o centro de atracção para lazer e diversão".

As operações policiais na Ilha de Luanda começam na quinta- -feira e terminam às 6 horas de segunda-feira. "Hoje facturamos 1 milhão Kz por dia, mas antigamente podíamos ter feito duas ou três vezes mais. As operações policiais correram com os clientes todos e estamos a morrer aos poucos", relata a dona de um bar de rua (Janela Aberta) que existe há mais de 11 anos.

O surgimento de novos bairros e projectos habitacionais em Luanda também levou os clientes da Ilha a dispersarem-se para o Zango 3, Panguila, entre outros locais que vão surgindo naturalmente. Por outro lado, a pandemia afectou bastante o sector da restauração e serviços, que só agora dá sinais de alguma recuperação.

Para aqueles que deixaram de viver no centro urbano, agora a "cidade" serve apenas para ir trabalhar e resolver assuntos administrativos. Prova disso é que no fim-de-semana e no final dos dias de trabalho a Baixa fica quase deserta, com pouca gente na rua e poucas viaturas a circular.

"Ao deixar de ir curtir na Ilha não evitei apenas arriscar a minha integridade física, mas também passei a economizar. Deixei de gastar tanto combustível e evitei despesas de multas e outros problemas com a polícia", detalhou Manuel Hornela, funcionário público de 43 anos, antigo morador do Maculusso e agora residente na centralidade do Kilamba.

(Leia o artigo integral na edição 711 do Expansão, de sexta-feira, dia 10 de Fevereiro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)