Preços nos armazéns grossistas continuam a desacelerar
Esta tendência decrescente nos grossistas também é sentida a nível do consumidor que registou uma inflação homóloga de 20,7%
O Índice de Preços Grossista (IPG) registou uma variação mensal entre Abril e Maio de 1,10%, menos 0,14 pontos percentuais do que no mês anterior, enquanto a variação homóloga de Maio deste ano (face a Maio de 2024) foi de 22,34%, o que significa que os preços nos grossistas desalegraram 12,23 pontos percentuais face ao mês anterior. Trata-se da inflação homóloga mais baixa nos grossistas desde Novembro de 2023.
Esta tendência decrescente nos grossistas também é sentida a nível do consumidor nacional que registou uma inflação homóloga de 20,74% em Maio. (Ler texto anterior). Numa economia que funciona normalmente, o IPG é indicativo da evolução do Índice de Preços do Consumidor (IPC), normalmente reflecte-se um a dois meses depois neste valor, mas no nosso País esta associação não é linear. Por um lado, porque é importante referir que o IPG analisa apenas três sectores económicos, nomeadamente, Agro- pecuária, Pesca e Indústria Transformadora, dos dez que compõem o IPC, embora sejam os de maior ponderação, com um peso que se aproxima dos 75% do índice do consumidor. Entretanto, os preços de produtos nacionais apresentam aumentos muito acima dos importados, uma vez que os produtos nacionais aumentaram 1,79% enquanto dos produtos importados tiveram um aumento de 0,81% em relação ao mês anterior.
Os produtos nacionais que tiveram maiores aumentos de preços em Maio foram na categoria das pescas - Pescada fresca (+2,7%), Cachuco fresco (+2,6%), Corvina fresca (+2,6%), Linguado fresco (+ 2,5%) e Carapau fresco (+2,5%).
Já os produtos importados tiveram crescimentos menores. Aqui foram também os produtos alimentares que tiveram maiores aumentos no passado mês - Carne de porco (0,2 p.p ), Frango congelado (+0,2 pp), Fuba de milho e Farinha de trigo igualmente com 0,1 pontos percentuais.
Os dados no índice grossista vêm confirmar a tendência verificada no IPC, onde os produtos alimentares assumem o maior peso no crescimento da inflação, o que se reflecte depois nas dificuldades dos cidadãos em ter uma alimentação adequada face às suas necessidades.