Preços dos materiais de construção abrandam pelo quinto mês
Trata-se do valor mais baixo dos últimos 24 meses. Já em termos mensais também se registou uma desaceleração face aos meses anteriores.
Os preços dos materiais de construção estão a abrandar pelo quinto mês consecutivos em termos homólogos, com o Índice de Preço dos Materiais de Construção a abrandar 0,83 pontos percentuais em Setembro face a Agosto para 13,6%.
Este é o valor mais baixo em termos homólogos nos últimos 24 meses, de acordo com o relatório publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o que significa que apesar de os preços continuarem a subir, estão a crescer a um ritmo menos acelerado.
Desde que se deu início ao abrandamento, em Agosto do ano passado, quando a inflação homóloga era de 24,3%, até Setembro deste ano, verificou-se uma desaceleração de 10,7 pontos percentuais (pp). Já em termos mensais, os preços dos materiais de construção desaceleraram 0,06 pp entre Agosto e Setembro.
Contudo, é necessário recuar até Setembro de 2023, quando o País registou uma variação homóloga de 13,1%, para se encontrar um valor mais baixo do que a taxa registada no mês passado para os materiais de construção, que têm sido o "calcanhar de aquiles" para a concretização do sonho da casa própria por parte das famílias angolanas devido à alta dos preços no mercado.
Aliás, os materiais de construção não são alheios à conjuntura económica actual, marcada por uma moeda fortemente desvalorizada nos últimos anos e uma contínua perda do poder de compra por parte das famílias angolanas, o que se traduz depois na dificuldade de aquisição de bens e serviços.
A ausência de uma indústria forte de materiais de construção, aliada à fraca qualidade dos serviços de fiscalização, são apontados por diferentes especialistas como estando também na origem da alta de preços que se verifica no mercado, o que dificulta ainda mais a aquisição desses materiais pelas famílias, que perdem todos os dias o seu poder de compra.
As maiores variações homóloga foram registadas em blocos, com 24,38%, vigas, vigotas e ripas, com 24,10%, madeira e contraplacado, com 19,43%. A classe dos tijolos teve uma variação de 18,48% enquanto o aço registou uma variação de 18,04%. O alumínio teve aumentos na ordem dos 17,82%, outros produtos sintéticos 17,39%, vidros e artigos de vidro 14,36% e o betão pronto teve uma variação de 13,20%.











