Empresas angolanas encaixam menos de 10% dos contratos no sector petrolífero
As empresas 100% angolanas ganham menos de 10% dos contratos de prestação de serviços à indústria petrolífera no País, revelou a consultora angolana PetroAngola num relatório publicado na terça-feira sobre o conteúdo local no País.
De acordo com o relatório que analisou a participação de mais de 2.000 empresas de petróleo e gás e a percentagem de contratos ganhos por elas no universo dos negócios com as multinacionais que operam blocos petrolíferos no país, o grosso dos contratos das empresas angolanas ainda está nos serviços não core da actividade de pesquisa, exploração e produção de petróleo considerados básicos como catering, segurança, limpeza, entre outros.
De acordo com o estudo da consultora, as empresas nacionais apenas ficam com os serviços complexos e core da indústria como mão-de-obra qualificada (Man Power), recolha de dados sísmicos, transporte de crude das plataformas para os clientes, fornecimento de produtos químicos fundamentais para a produção, entre outros quando associadas a empresas estrangeiras factor, que demonstra a fraca especialização das empresas 100% angolanas.
A indústria petrolífera movimentou em média, nos últimos 3 anos, anualmente "40 mil milhões USD em receitas e, por mês, em custos operacionais de capital 1,4 mil milhões" revelou o CEO da PetroAngola Patrício Quingongo.
Os números angolanos estão muito abaixo do peso do conteúdo local em países como Brasil e Nigéria, em que as empresas nacionais representam 35% e 45% do total dos contratos no sector, sendo parte significativa destes em serviços especializados.
A nova lei do conteúdo local divide o empresariado nacional entre sociedades comerciais angolanas e sociedades comerciais de direito angolano. As angolanas são detidas a 100% por nacionais ou sociedades angolanas e as de direito angolano são todas as sociedades constituídas no País, independentemente da estrutura do seu capital.
(Leia o artigo integral na edição 609 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Janeiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)