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"Tinha a intenção de fazer uma homenagem aos trabalhadores"

Denise Luís

É o prémio "Juventude Pintura" da XVI edição do Ensa-Arte, com a obra "Nossa Luta", em homenagem aos trabalhadores angolanos. Defende que as mulheres artistas plásticas devem ser premiadas para inspirar a nova geração, desde que se comprove a qualidade das suas obras.

Pintura" da XVI edição do Ensa-Arte, e disse que não tinha criado tanta expectativa?

Sim, não criei expectativas, porque, apesar de me considerar uma boa artista e ter noção do meu potencial, sabia que estavam a participar também artistas mais experientes e tecnicamente melhor preparados.

Contaram também as histórias de insucesso de participantes antigos?

Ouvi também relatos de pessoas que já participavam há mais de 5 anos e nunca ganhavam, então, não criei expectativas, por ser a primeira vez a participar num concurso como este e porque queria apenas ter o meu trabalho avaliado por especialistas.

E depois da consagração....?

É bonito ver nas redes sociais uma multidão que aprecia o nosso trabalho, mas a opinião de especialistas na área pode ser diferente. E eu queria ter o meu trabalho avaliado por essas pessoas e ter passado entre os finalistas, para mim já foi o suficiente.

A obra que lhe deu o prémio foi "Nossa Luta". Como escolheu o tema?

A escolha do tema antecede a conclusão da obra. Eu amo escrever, então, eu tenho a mania de escrever sobre os meus quadros, antes mesmo de os pintar. Eu escrevo, não só o título, como o conceito geral da obra. Eu tinha a intenção de fazer uma homenagem aos trabalhadores, fazendo uma referência ao quotidiano angolano.

Como é que se preparou para esta "disputa"?

Tive pouquíssimo tempo para me preparar, pouco menos de uma semana, para ser mais precisa. Fui informada sobre o concurso na semana em que terminavam as inscrições, na altura, nem tinha a obra acabada ainda, tive de trabalhar durante os últimos três dias, quase sem dormir para ter a obra concluída e só consegui terminar 3 horas antes do encerramento das inscrições. Eu devo ter muita sorte ou sou uma das favoritas de Deus.

Além da pintura, que outras artes explora?

Além da pintura, eu tenho uma grande sensibilidade para música, também canto desde muito nova. Mas não é algo que eu leve a sério, mas oferece-me igualmente muito prazer.

Tem uma galeria de prémios já recheada, pois venceu o prémio Nova Geração?

Na verdade, fui premiada este ano em Fevereiro, embora o prémio faça referência aos feitos do ano anterior, 2021. É uma galeria de prémios que conta apenas com dois prémios, mas que significam muito para mim, sendo que estou apenas nos meus primeiros anos de carreira.

Como é que nasceu o seu interesse pelas artes plásticas?

Gosto de contar que eu desenho desde os meus 4 anos e, com o passar do tempo, fui aperfeiçoando. Mas, enquanto artista mesmo, o meu interesse só nasceu em 2017, quando fui convidada para participar numa exposição pela primeira vez pelo Atelier Guilherme Mampuya. De lá para cá, a minha trajectória tem sido marcada por algumas exposições, os prémios e pessoas fantásticas que me têm ajudado também me oferecendo oportunidades únicas. Comecei com o Guilherme Mampuya e tenho tido o suporte do Marcos Jinguba (enquanto curador e amigo), conto também com o apoio do meu esposo e uma equipa de trabalho muito consistente.

(Leia o artigo integral na edição 686 do Expansão, de sexta-feira, dia 05 de Agosto de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)