Só dois países são piores do que Angola em habilidades vocacionais e técnicas
As habilidades vocacionais e técnicas abrangem as competências práticas adquiridas no ensino médio técnico, na formação profissional ou em cursos especializados. No "saber fazer" o melhor país de África é as Maurícias
Apenas Moçambique, no último lugar, e Burkina Faso, em penúltimo, apresentam resultados piores do que Angola na capacitação dos recursos humanos em competências práticas, necessárias para o exercício de profissões específicas, também conhecidas como habilidades vocacionais e técnicas, segundo o Índice Global de Competitividade de Talentos, elaborado pela INSEAD em parceria com o Portulans Institute.
O subíndice Habilidades Vocacionais e Técnicas é um dos dois critérios da capacidade de produção de talentos, destinado a descrever e medir a qualidade do talento num país, resultante das políticas, recursos e esforços aplicados. Os países mais bem classificados neste subíndice são a República Checa, os Estados Unidos da América e a Suíça. Em África, nas habilidades do saber fazer, o país melhor posicionado são as Ilhas Maurícias, no 56.º lugar.
O país insular do Índico lidera o continente no índice geral, ocupando o 49.º posto. O relatório refere que o sucesso das ilhas reflecte "um compromisso crescente em capacitar, atrair e reter talentos, fortalecendo os sistemas educativos, apoiando a adaptabilidade da força de trabalho e fomentando ecossistemas impulsionados pela inovação, que ofereçam oportunidades de carreira significativas e crescimento profissional". A Mauritânia, em 67.º, e o Egipto, em 69.º, completam a lista dos três países africanos que melhor desempenho apresentam na formação técnico-profissional.
Os países que se destacam neste subíndice demonstram fortes capacidades de investimento na formação do nível médio e uma empregabilidade sustentada, o que se traduz em melhores resultados na produção de talento, reforçando a formação profissional e técnica.
Países africanos como Seicheles (segundo melhor em África no IGCT), Ilhas Maurícias e Cabo-Verde (quarto melhor) apresentam avanços significativos no desenvolvimento educacional e oferecem educação gratuita e obrigatória até ao nível médio, ao contrário de Angola, onde o limite é a 9.ª classe.
Na prática, as habilidades vocacionais e técnicas englobam as capacidades técnicas adquiridas através do ensino médio técnico, formação profissional ou cursos especializados, bem como a força de trabalho com ensino médio e o percentual de trabalhadores que concluíram esse nível de ensino e possuem bases para formação técnica.
O subíndice integra ainda parâmetros como a população com ensino médio, a proporção de técnicos e profissionais associados, a produtividade do trabalho e a empregabilidade. De modo geral, a África ainda fica atrás de outras regiões do mundo quando o assunto é atrair talentos. África Subsariana, em particular, continua a ser a região com o pior desempenho, com uma pontuação média de aproximadamente 30,8 pontos em 100 possíveis. A
pesar de haver avanços constantes na conectividade, na geração de empregos e na qualidade da educação, a região como um todo ainda enfrenta dificuldades estruturais no mercado de trabalho, especialmente em relação às regulamentações e à formação de competências mais avançadas.










