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Economia

Exportações do PRODESI afundam 38% para apenas 67,6 milhões USD

NOS PRIMEIROS NOVE MESES DO ANO

País continua a importar, e em grandes quantidades, a maior parte dos bens alimentares que a população precisa. Grão de trigo, medicamentos e carne de frango são produtos mais importados, enquanto o varão de aço e a farinha de milho dominaram as exportações nos primeiros nove meses de 2025.

As exportações de mercadorias,no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), afundaram 38% para 67,6 milhões USD nos primeiros nove meses do ano, face aos 109,0 milhões USD registados no período homólogo, ou seja, as exportações cairam 41,4 milhões USD nos primeiros nove meses do ano.

Mas se forem consideradas as exportações de produtos em quantidade, as exportações angolanas cresceram 7% para 430,0 mil toneladas, uma vez que nos primeiros nove meses do ano passado o País vendeu lá para fora 403,0 mil toneladas de produtos diversos, o que significa que as exportações tiveram maior quantidade mas menor valor, segundo cálculos do Expansão com base nos dados da Administração Geral Tributária (AGT).

Se as exportações renderam menos as importações dos denominados produtos da diversificação económica subiram. Entre Janeiro e Setembro, as importações cresceram 10% para 1.630,8 milhões USD (+151,0 milhões) face ao período homólogo, o que significa que Angola continua a gastar cada vez mais dinheiro com importações dos produtos da diversificação. Só para termos noção, em 2020, Angola importou 2.300.812 toneladas de produtos do PRODESI equivalentes a 1.831,7 milhões USD, no ano passado importou 2.179,0 milhões USD, mais 347,2 milhões USD face a 2020, período em que a AGT começou a divulgar os dados do PRODESI.

Entretanto, o nível mais alto de importação de produtos do PRODESI foi em 2022, ano de eleições, quando o País gastou 2.444,8 milhões USD com a importação de 2.118.245 de toneladas produtos, no período da campanha eleitoral e em que o Tesouro Nacional aumentou a oferta de divisas no mercado cambial para facilitar o aumento das importações e o aumento da oferta de bens, que consequentemente pressionaram a descida dos preços.

Assim, este aumento das importações dos produtos do PRODESI demonstra que o programa criado para impulsionar a produção nacional está longe de cumprir os objectivos, já que Angola continua a importar, e em grandes quantidades, a maior parte dos bens alimentares que a população precisa.

Trigo, medicamentos e frango dominam importações

O crescimento das importações deve-se, sobretudo, à subida das importações de grão de trigo, carne de frango, medicamentos e grão de milho, as mercadorias que lideram o ranking dos produtos mais importados. Em nove meses, o País importou 386,0 mil toneladas de grão de trigo, mais 75,8 mil toneladas do que no período homólogo.

Ainda em termos de monetários, a importação deste produto recuou 3% para 298 milhões USD, liderando o ranking das importações. Em termos gerais, o défice comercial dos produtos do PRODESI aumentou para 1.563,0 milhões USD nos primeiros nove meses do ano face aos 1.370,9 milhões registados no período homólogo de 2024.

Edição 850 do Expansão, sexta-feira, dia 31 de Outubro de 2025

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