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Economia

Governo reduz rentabilidade dos bilhetes do tesouro a 91 dias e baixa a taxa para 11%

BT"S ESTÃO MENOS ATRACTIVOS QUE OS DEPÓSITOS A PRAZO

O Executivo tem estado a reduzir a taxa de rentabilidade dos títulos de dívida pública. Medida reduziu o apetite dos investidores por títulos que hoje já são menos atractivos que os depósitos a prazo.

Os bilhetes de tesouro, instrumento de divida que representam divida pública de curto prazo, regressaram aos leilões do mercado primário um ano depois com uma rentabilidade menos atraente já que o tesouro baixou a taxa de 19% para 11%, apurou o Expansão. De acordo com o boletim diário do mercado publicado pela BODIVA, os investidores reagiram à redução da taxa dos bilhetes do tesouro adquirindo apenas 20% dos 5 mil milhões de Kz oferecidos pelo Estado no leilão realizado na segunda-feira. Facto que contraria a tendência dos anos anteriores.

Em Março de 2021, a última vez que o Ministério das Finanças disponibilizou bilhetes do tesouro (BT`s) a 91 dias, o leilão começou com uma oferta de 4,8 mil milhões de Kwanzas mas os investidores adquiram BT"s a 91 dias no montante de 6,5 mil milhões de Kwanzas. Os investidores que apostam na divida pública interna do País têm preferência em investir em instrumentos de dívida de curto prazo em comparação aos de longo prazo. Alias, a média de colocação de dívida nos últimos anos, os títulos de dívida de curto prazo tem representado mais de 70% dos instrumentos disponibilizados pelo Estado.

Tendência que começou a inverter no ano passado. Mas para que tal ocorresse o Tesouro teve de deixar de emitir instrumentos de dívida de curto prazo, inferior a 12 meses. Forçando os investidores a apostar em instrumentos de um a seis anos. Para garantir a sustentabilidade da dívida e em linha com o acordo com o FMI que terminou o ano passado. O Executivo precisa de mudar o perfil da divida, concentrando a dívida contraída no mercado interno em prazos (maturidades) cada vez mais longas. Outro instrumento de dívida retirado de circulação no mercado primário para favorecer a sustentabilidade da dívida são as obrigações do tesouro indexadas à taxa de câmbio, as famosas OT-TX. Que hoje apenas podem ser encontradas no mercado secundário de dívida.

O Executivo, para financiar o orçamento geral de Estado, precisa de emitir instrumentos de dívida pública de curto, médio e longo prazo a taxas normalmente atractivas e superiores aos depósitos a prazo para convencer os investidores a emprestarem-lhe o dinheiro que deverá ser aplicado nas obras públicas e projectos estruturantes. Entre os instrumentos de dívida pública emitidos pelo Governo estão os bilhetes do tesouro (BT"s) que representam divida de curto prazo. Ou seja, estes empréstimos contraídos pelo Executivo junto de investidores (pessoas singulares e empresas) são pagos em prazos ou maturidades mais curtas desde 91, 182 e 364 dias.

Outros instrumentos de divida pública disponíveis no mercado são as obrigações do tesouro que representam dívida pública com maturidades que variam de 1,5 a 10 anos. O Executivo tem estado a alterar o perfil da dívida e a reduzir as taxas dos títulos de dívida pública. Analistas ouvidos pelo Expansão defendem que como o Estado está com os cofres cheios fruto da alta dos preços do petróleo, não tem tanta necessidade de endividamento e está a reduzir as taxas.

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