A inflação mensal a nível nacional, que estava a subir há dois meses, voltou a desacelerar no mês de Agosto para 1,09%, uma redução 0,37 pontos percentuais face aos 1,47% registados em Julho, de acordo com cálculo do Expansão com base no Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) do Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se da inflação mensal mais baixa dos últimos 27 meses, ou seja, é necessário recuar até Maio de 2023, quando o País registou uma inflação mensal de 0,95%, para se encontrar um valor mais baixo do que a taxa verificada em Agosto deste ano.

O facto é que esta desaceleração da inflação de Agosto é indiferente à subida do gasóleo, já que praticamente, de acordo com estes dados, não se sente os efeitos da subida do combustível, tendo em conta que o início do mês de Julho ficou marcado com a subida do preço do gasóleo, que passou de 300 Kz para 400 Kz por litro, que consequentemente levou à subida das tarifas dos transportes públicos colectivos urbanos. Os táxis colectivos (vulgo "candongueiros") passaram a custar 300 Kz por corrida, face aos 200 Kz praticados anteriormente, ao passo que o bilhete de autocarro que custava 150 Kz subiu para 200 Kz.

E isto pressupõe que os combustíveis pesam muito pouco nos diversos sectores da economia, segundo os números do INE.

Assim, por arrasto, a inflação homóloga caiu 0,67 pontos percentuais para 18,88% no mês Agosto. E está a cair desde Julho do ano passado, ou seja, é a taxa de inflação homóloga mais baixa em 13 meses. Isto significa que os preços continuam a subir, mas a um ritmo menos acelerado do que no ano passado. Mas o facto é que a taxa de inflação homóloga já está abaixo da taxa de juros directora definida pelo banco central em 19,5%. Na próxima semana o Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, órgão responsável pela formulação da política monetária e cambial, vai definir o rumo da política monetária.

Preços subiram mais em Educação

Assim, durante o mês de Agosto, a classe "Serviço de Educação" foi aquela onde os preços mais subiram, ao registar um aumento de 4,98%, quando desde o mês Outubro do ano passado esta classe não registava qualquer alteração no preço. E na base está o facto de o mês de Agosto ser o período que antecede o início das aulas, o que faz com que a procura por estes serviços seja maior, o que tende a influenciar os preços. Espera que os preços da Educação voltem a subir nos próximos meses, já que está previsto um ajuste do valor das propinas e emolumentos para o ano lectivo 2025- 2026 até ao limite de 20,7%, o valor da inflação homóloga registada em Maio, segundo uma decisão conjunta da Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP) e da Associação das Instituições do Ensino Superior Privadas Angolanas (AIESPA).

Ainda nas classes que mais subiram estão a habitação, água, electricidade e combustíveis (2,26%), transportes (1,87%), saúde (1,06%) e alimentação e bebidas não alcoólicas (0,97%).