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Empresas & Mercados

Narisrec aumenta 3.000% as vendas e fixa-se em mais de 150 milhões Kz

RECICLAGEM E DESTRUIÇÃO DE LIXO ELECTRÓNICO

Em 2021 facturou 5 milhões Kz e o ano passado 150 milhões Kz. A sua actividade passa por destruir e reciclar lixo electrónico, passando depois um certificado para as empresas poderem apresentar às autoridades competentes. Os equipamentos recuperados são revendidos ou doados.

A Narisrec, uma cleantech (também conhecidas por startups verdes) cresceu 3.000% em apenas um ano. A firma que possui um centro de recolha e gestão de resíduos electrónicos situados na avenida Fidel de Castro, sentido Cacuaco, saiu de 5 milhões Kz de facturação em 2021, ainda em fase experimental da actividade, para 150 milhões Kz em 2022, primeiro ano de actividade efectiva Este salto na facturação teve muito a ver com o aumento de contratos para a gestão de resíduos electrónicos de grandes empresas que actuam no mercado nacional.

Este aumento está também relacionado com a recuperação de activos informáticos e com as vendas de resíduos e equipamentos electrónicos reparados e reaproveitados, como computadores, impressoras, workstations, monitores e outros equipamentos.

Este crescimento representa um sinal claro de que o negócio do "bem-estar do meio ambiente" é um caminho sem volta e da preocupação que as empresas têm em descartar equipamentos electrónicos de forma adequada, tal como está na lei, de acordo com Délcio Silva, CEO da Narisrec.

A preocupação das empresas com descarte adequado do lixo electrónico acontece porque existe a necessidade de responder às auditorias e regras de compliance, deforma adequada. "Nós introduzimos novas metodologias, estamos a apresentar soluções eficazes e sustentáveis. Anteriormente as empresas tinham algum receio em descartar os seus resíduos, mas hoje a Narisrec já garante esta confiança", explica.

Para se ter uma ideia, em 2022, aquela que é primeira cleantech angolana licenciada pela Agência Nacional de Resíduos (ANR), colectou 23,9 toneladas (Ton) de lixo electrónico, a partir quais foram geradas oito toneladas de plásticos, oito de metal, 3 de placas electrónicas e três toneladas de resíduos com características de material inflamável tóxico. De alumínios foram gerados 400 Kg ao que se juntam 500 Kg de vidro.

Importante também acrescentar que das 23,9 toneladas de lixo electrónico recolhidas, foram recuperados 237 equipamentos, nomeadamente computadores, impressores, monitores e outros, encaminhados para revenda ou doação.

A ambição da Narisrec para os próximos três anos é facturar cerca de 3 milhões USD (1.500 milhões Kz), correspondentes aos contratos de parceria previstos para gestão de resíduos electrónicos em Angola, mas também com a exportação de resíduos que ainda tenham valor comercial.

Um negócio do lixo

O actividade da Narisrec é a reciclagem e a destruição de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE), que na prática consiste em recolher o lixo electrónico das empresas e particulares, dando-lhe dar o devido tratamento, sendo que no final de processo de reciclagem, emitem um Certificado de Reciclagem/Destruição para as empresas poderem apresentar às entidades competentes com a garantia de que os equipamentos obsoletos foram descartados adequadamente, o que significa uma mais valia para as empresas.

Os custos do processo Reciclagem/Destruição dependem muito da quantidade de material que se vai descartar e do próprio cliente. Ou seja, se a empresa levar voluntariamente o resíduo não há quaisquer custos logísticos, apenas o custo de destruição deste resíduo caso a empresa assim pretender, que está ligado com a quantidade e o tipo de "lixo" electrónico. O que é reciclável, como plásticos, toners, placas e metais são arrumadas separadamente e vendidos a empresas do mercado interno e externo.

Por exemplo os plásticos que são inapropriados para uso de embalagens alimentares vão ser vendidos à Cimangola como matéria-prima complementar do cimento, através de um acordo que existe entre as partes. Os materiais metálicos são vendidos à Fabrimetal, que é outro parceiro da startup angolana. A Narisrec está também certificada pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) para gerir resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos de todas as empresas do sector em Angola.

Já para as placas electrónicas, toners, baterias e lâmpadas, a Narisrec está a trabalhar no processo de obtenção da licença para exportação destes resíduos para serem vendidos a empresa de reciclagem certificadas para a reutilização que estão sediadas no exterior.

A Narisrec emprega 11 funcionários, mas pode triplicar o número neste ano "se a parceira de gestão de resíduos, que já está avançada, com uma multinacional tecnologias se concretizar". O crescimento tecnológico diminui a vida útil dos equipamentos, tornando assim este negócio viável, uma vez que exige actividade permanente das empresas de gestão de lixo de equipamentos electrónicos, ao abrigo daquilo que é a nova legislação para esta actividade.

Para a Narisrec, que nesta altura ainda faz quase todo o processo de gestão do lixo manualmente, um investimento em equipamentos mais modernos para elevar a automação dos processos vai ser fundamental para atender à oferta, num mercado em que existem poucas empresas neste tipo de negócio.

(Leia o artigo integral na edição 717 do Expansão, desta sexta-feira, dia 24 de Março de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)