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África

Índice da Zona de Comércio Livre "toma o pulso" às dificuldades de fazer negócio no continente

AFCFTA COUNTRY BUSINESS INDEX LANÇADO PELA COMISSÃO ECONÓMICA PARA ÁFRICA

Angola é um dos sete países que fizeram parte da segunda fase deste medidor, que foi testado nos Camarões e na Zâmbia. O objectivo é eliminar obstáculos na realização de negócios.

Já é possível avaliar a dificuldade que as empresas africanas têm em fazer negócios no continente, entre os diferentes países. A Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) lançou no domingo, em Dakar, Senegal, o Índice de Negócios do País da AfCFTA (ACBI), que arrancou com inquéritos experimentais nos Camarões e na Zâmbia, posteriormente alargados a outros sete países, incluindo Angola.

O AfCFTA Country Business Index é uma ferramenta que permite medir a facilidade do comércio intra-africano e que permitirá "identificar os principais desafios que o sector privado enfrenta nas suas activi[1]dades transfronteiriças", explicou Stephen Karingi, director da Divisão de Integração Regional e Comércio da Comissão Económica das Nações Unidas para África.

Ao contrário de outros índices, o ACBI captará apenas as percepções do sector privado, não sendo contaminado por dados secundários, o que o torna num medidor verdadeiramente representativo das empresas africanas, sublinhou Prudence Sebahizi, principal conselheiro técnico da Zona de Comércio Livre Continental Africana, na apresentação do índice, durante um evento paralelo da 54ª sessão da Conferência de Ministros da UNECA.

Quatro anos foi o tempo necessário para dar corpo a uma ideia que avançou em 2018, com um projecto-piloto, e que tem vindo a ser aperfeiçoada. Após inquéritos nos Camarões e Zâmbia, a segunda fase alargou os inquéritos a mais sete países - África do Sul, Angola, Costa do Marfim, Gabão, Quénia, Namíbia, Nigéria - esperando atingir os 13 países em Julho.

Na terceira fase, o ACBI chegará ao Egipto, Marrocos, RDC, Ruanda, Senegal e Tunísia. Prudence Sebahizi solicitou à UNECA o aperfeiçoamento desta nova ferramenta, de modo a, no futuro, medir ou avaliar também o estatuto das regras e regulamentos que têm impacto no comércio, para ajudar a eliminar constrangimentos. Um relatório com os resultados da segunda fase da implementação do índice, que foi apresentado no domingo, concluiu que o comércio transfronteiriço é mais desafiante para as empresas de propriedade feminina, algo a que os decisores políticos precisam de prestar atenção e ajudar a resolver, defendeu Stephen Karingi ao jornal ruandês The New Times.

Segundo Vera Songwe, secretária executiva da UNECA, o índice não serve para medir o que um determinado país está a fazer, mas sim para avaliar quão fácil é ou não para alguém num país estabelecer um negócio noutro país. Avaliação essa que permitirá identificar estrangulamentos e ajudar a resolvê-los, para que o sector privado africano possa realizar negócios em qualquer parte do continente com a mesma facilidade que teria no seu país de origem.