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Evergrande está a poucos dias de colapsar

Gigante chinês do imobiliário

Depois de ruir a venda de 50,1% da Evergrande Property Services Group a outro promotor, o Hopson Development Holdings, por 2,6 mil milhões de dólares, a possibilidade do gigante chinês do imobiliário entrar em incumprimento e colapsar está por dias

A pressão sob o grupo é enorme, o governo chinês optou por uma atitude moral e quer usar a empresa como exemplo, ainda que muito consciente do autêntico castelo de cartas que a Evergrande representa em termos macroeconómicos para a China e cujos efeitos podem vir a atingir as famílias de forma alarmante.

Agora que falhou a venda da unidade de serviços imobiliários, a possibilidade da Evergrande entrar em incumprimento está por um fio, fala-se que por dias.

O acordo de venda de 50,1% do Evergrande Property Services Group a outro promotor Hopson Development Holdings por 2,6 mil milhões de dólares começou a desmoronar na semana passada e confirmou-se, esta semana, o fim do acordo.

Sendo neste momento a Evergrande um dos promotores imobiliários mais endividados do mundo, com dívidas que chegam ao 300 mil milhões de dólares e atolados numa crise de liquidez que pode vir a contaminar todo o sector imobiliário na China.

As acções do grupo e da sua unidade de serviços imobiliários, que também registada na bolsa de Hong Kong, estiveram suspensas durante todo o mês de Outubro, podem vir a ser retomadas esta quinta-feira, numa altura em que a empresa está em falta com o pagamento de juros aos detentores de obrigações.

O pagamento que deveria ter sido feito a 23 de Setembro, obteve um período de carência de 30 dias, que termina este fim-de-semana. Após o que poderá ser declarado o incumprimento formal. A venda de activos parece não estar a resultar. É inevitável a reestruturação da empresa, no que pode significar a maior reestruturação a que um grupo empresarial já assistiu na China moderna e do desenvolvimento idealizada por Deng Xiaoping.

O Banco Popular da China pronunciou-se, no final da semana passada, sobre a crise de Evergrande pela primeira vez, admitindo que os efeitos colaterais eram "controláveis" e responsabilizando a empresa pelos seus problemas.

Os dados económicos desta semana mostraram que o sector imobiliário da China contraiu no terceiro trimestre deste ano, enquanto as vendas de casas novas e mais de 70 cidades caíram, em comparação com o mês anterior, e pela primeira vez, desde 2016.