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"Um dia a canção Omboyo fará parte do património nacional"

ANTERO EKUIKUI – MÚSICO

Foi no serviço militar obrigatório que o artista encontrou o seu parceiro musical. O quartel foi o primeiro palco do Duo Canhoto, e os militares, o primeiro público. Ao Expansão, Ekuikui conta o trajecto do grupo, particularmente nesta fase em que o seu companheiro de guitarras está a residir fora do País. Apesar de não constar na lista de artistas que irão actuar na festa dos 50 anos da Independência, o músico mostra-se disponível para encantar os angolanos.

Com 40 anos de carreira do Duo Canhoto. Que balanço faz do vosso percurso?

São 40 anos de uma jornada, de uma caminhada muito longa, cheia de curvas, como devia ser, e também de momentos muito felizes. Mas o Duo existe, por enquanto. Não como queríamos que ele fosse, porque neste momento estamos a lutar quase com a fragilidade, porque a outra parte do meu parceiro está há um ano em Lisboa, porque a mulher e o filho estão lá. Mas é a vida, a prioridade é para a família. Primeiros os dentes, depois os parentes. Contudo, o Duo existe para qualquer questão ou trabalho, se houver necessidade. Temos de manter o nosso equilíbrio. Temos a nossa segunda obra por editar.

Ela já está gravada a quase 90%. Essa obra já está gravada há mais de 10 anos?

Sim. Já está há muito tempo. E os apoios, então?! Se dependesse de nós já o teríamos lançado há muitos anos.

Quantas canções estão gravadas? Algumas delas são conhecidas? Qual é o título?

Esta obra está composta por 12 faixas. Sim, algumas já são conhecidas. Temos cantos populares. Trazemos de novo algumas composições que são fragmentos do passado, ao nosso tempo, à nossa maneira. Porque só desta forma podemos manter o equilíbrio. Não somos obrigados a cantar tal como era há 100 anos, mas também somos obrigados a levar alguns fragmentos ao nosso tempo para podermos manter a nossa linhagem musical e cultural. Já tem título, foi opinião do meu parceiro. O primeiro foi "Lado Esquerdo". A segunda obra seria "Outro Lado, Outro Prato". Outro Lado da música não é aquilo que as pessoas estão habituadas a ouvir da primeira obra. Traz consigo outra visão, outra maneira de pensar, outro canto também. As canções já estão em condições, algumas, para poderem sair publicamente.

Ainda é muito caro produzir um disco no nosso País?

Sim, ainda é caro mesmo produzir cá. O mundo está cada vez mais digital.

Como estão a preparar o segundo disco para fazer face ao actual desafio?

Estamos agora a trabalhar mais com o mundo digital. Actualizarmo-nos nas plataformas actuais, onde podemos nos inserir também. Porque fora disso, não há outra sociais que estão a contribuir muito para a divulgação dos artistas. Essa também tem sido uma das boas portas. E acho que é por aí onde devemos jogar.

Há uma história por detrás do nome do dueto?

O nome surge porque os dois somos canhotos. Infeliz ou felizmente, cruzámo-nos na tropa, na altura. E nos momentos de fogueira dos combatentes, tinha uma guitarra e o meu parceiro Guilherme também tinha outra. Então, houve uma admiração ao ver o parceiro a tocar do jeito contrário, como eu. E outra particularidade, nós tocamos a guitarra do jeito contrário e não invertemos as cordas. Geralmente, os canhotos deviam inverter a posição da guitarra e as cordas também. Mas nós só invertemos a posição da guitarra e mantemos as cordas na posição direita. Isto chamou a atenção ao ver pela primeira alguém com a mesma visão. E a ele também chamou a atenção. Nos momentos livres fazíamos alguma junção. Ele tem uma voz muito rara, que admiro e eu tenho uma voz mais grave. E os colegas denominaram-nos de Duo Canhoto.

Leia o artigo integral na edição 851 do Expansão, sexta-feira, dia 07 de Novembro, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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