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Angola

Apenas 3 em cada 100 angolanos pensam em comprar um carro

NOS PRÓXIMOS DOIS ANOS

No inquérito sobre a confiança do consumidor são colocadas questões aos agregados familiares sobre poupança e expectativas sobre a aquisição de um bem valioso, como casa ou carro.

Em resposta à questão "Pensa comprar um carro nos próximos 2 anos?", 61 em cada 100 inquiridos afirmaram que não vão comprar, 28 disseram que provavelmente não, 11 apontam que "Provavelmente sim", e 3 disseram "Sim, com certeza absoluta", ou seja, apenas 3 em cada 100 angolanos pensam, efectivamente, comprar carro nos próximos dois anos.

O péssimo sentimento das famílias sobre a aquisição de uma viatura nova deve-se à degradação da sua posição financeira, já que acreditam que a situação económica do País nos próximos 12 meses será mais negativa (ler texto principal), o que afecta o mercado automóvel. Só para se ter uma ideia, em 2024, a venda de carros novos caiu 34% para apenas 4.484 veículos, segundo dados da ACETRO, como resultado da fraca procura, bem como das dificuldades de importação, uma vez que a taxa de câmbio face ao dólar registou o valor mais alto sempre no ano passado.

Os angolanos que participaram no inquérito apontam as viaturas pessoais como bens necessários, tendo em conta as dificuldades de locomoção que os cidadãos enfrentam, num cenário caracterizado por filas enormes e má prestação dos serviços de transporte público.

Apenas 11% afirmam que vão comprar casa

Quando questionados se tencionam comprar casa nos próximos 2 anos, a maior parte respondeu "Não, de certeza absoluta" (40%) o que demonstra um aumento do pessimismo face aos 39% registados no mesmo período do ano passado. E apenas 11 entre cada 100 famílias dizem que "Sim, de certeza absoluta" para compra de casa nos próximos dois anos.

Em resposta à questão "na actual situação económica do país, acha possível poupar algum dinheiro?", 23% dos agregados disseram que sim, 4% disse que não e os restantes 72% disseram não saber ou não responderam.

O facto é que a conjuntura económica e social em Angola é caracterizada pelas dificuldades financeiras, alta inflação, elevada informalidade, baixos níveis de escolaridade (agravados pela falta de documentação pessoal e de acesso a outros serviços básicos), realidade que também impede o avanço da inclusão financeira.

Na ausência de alternativas, muitos optam por fazer poupanças em moeda estrangeira, outros guardam dinheiro em casa, enquanto os mais pobres recorrem à figura da "Kixikila", uma espécie de crédito popular garantido por grupos de cidadãos e sem supervisão das autoridades.

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