Lojas vandalizadas já começaram as obras de reabilitação
O Expansão foi ver como estão as lojas vandalizadas. Algumas começaram as obras, muitas continuam fechadas e poucas voltaram a abrir.
O Expansão percorreu algumas zonas de Luanda para verificar o estado dos estabelecimentos comerciais que foram lesados pelos manifestantes. Algumas lojas já retomaram as actividades, enquanto outras permanecem fechadas, sem sinais de obras no interior. É o caso das lojas da cadeia Arreiou, localizadas no Golf 2 e no Calemba 2, que foram pilhadas durante os três dias de greve dos taxistas e ainda permanecem encerradas, sem qualquer sinal visível de obras de reabilitação. Segundo uma fonte contactada pelo Expansão, está prevista a reabertura das lojas no prazo de 25 dias.
Por outro lado, a loja Fresmart do Golf 2, que foi a primeira a ser invadida durante os protestos, já iniciou as obras de recuperação. No momento, estão a ser reabilitadas as instalações, os equipamentos serão colocados mais tarde e foi reforçado o sistema de segurança (câmaras) no interior do estabelecimento. No Golf 2, a Angomart é o único estabelecimento entre os que foram invadidos que está em funcionamento (desde dia 31 de Julho).
Alguns moradores do Golf 2, em Luanda, apontaram as consequências que enfrentam com o encerramento de lojas na zona. António Neves, residente na rua do Bingo Las Vegas, afirmou que a loja Arreiou, localizada nas proximidades, era essencial para a comunidade. "Ajudava-nos muito. Conseguíamos fazer as nossas compras sem percorrer longas distâncias, como estamos a fazer agora com o estabelecimento encerrado", lamentou.
Já a jovem Milindalva José destacou que os supermercados representam um potencial económico local, ao proporcionarem emprego e facilitarem o acesso dos moradores a produtos essenciais. "Essas lojas ajudam-nos a reduzir os nossos passos na hora de comprar qualquer coisa. Com elas fechadas, tudo ficou mais difícil", disse.
Durante a nossa reportagem, abordámos dois funcionários da Fresmart do Golf 2, que lamentaram profundamente os prejuízos causados pelos actos de vandalismo. Ambos afirmaram estar sem salário até ao momento e encontram-se em casa, à espera de orientações superiores da empresa para regressarem ao trabalho. O receio de perder o emprego é crescente.
João Damião (nome fictício) confirmou: "Não quero perder o meu emprego. Tem ajudado muito a minha família. Caso fique desempregado, a situação será crítica", disse o jovem de 33 anos de idade, que trabalha há dois anos naquela unidade comercial. O mesmo sentimento é partilhado por Luís de Carvalho (nome fictício), que recorda o período difícil que enfrentou antes de conseguir o actual emprego. "Fiquei cinco anos desempregado e não gostaria de voltar a passar por essa experiência."