Angola conta com quatro novos fundos de capital de risco
Com o surgimento de mais fundos de capital de risco, as empresas a operar no país passam a ter no capital de risco e na bolsa alternativas ao crédito bancário.
A Comissão do Mercado de Capitais (CMC) aprovou recentemente três fundos de capital de risco, reforçando as alternativas de financiamento para as empresas em Angola que se queixam da dificuldade de obter financiamento por via do tradicional crédito bancário, apurou o Expansão.
O capital de risco é uma forma de investimento com o objetivo de financiar empresas, apoiando o seu desenvolvimento e crescimento a troco de parte da participação social enquanto durar o empréstimo. O último fundo de capital de risco aprovado pela Comissão do Mercado de capitais é o Económico - Fundo de Capital de Risco que é o novo "dono" do banco económico. O referido fundo fechado foi aprovado em finais de Agosto, já foi comercializado e foi subscrito pelos maiores depositantes do banco, uma medida que emerge como mecanismo utilizado pelo Banco Nacional de Angola para salvar o Banco Económico que viu a Sonangol desistir da sua participação ao não acompanhar o aumento de capital do herdeiro do Banco Espírito Santo Angola.
De acordo com o site da CMC, o Económico- fundo de capital de risco foi registado com um capital inicial de pouco mais de 330 mil milhões de Kz, o equivalente ao câmbio de hoje a quase 763 milhões de USD. O fundo está sob a gestão da Indepent Finance Advisors uma sociedade gestora de organismos de investimento colectivo (SGOIC).
No início do mês de Agosto, a CMC registou e autorizou a comercialização de outro fundo de capital de risco a ser gerido pela Hemera Capital Partners, a empresa com maior quota de mercado a nível do capital dos fundos. Trata-se do Dual Impact Fund - Fundo de Capital de Risco de Subscrição Particular. De acordo com o site do fundo é possível constatar que o fundo financia projectos ligados à sustentabilidade. "Alinhado com os ODS de Angola até 2030 é preciso a intervenção dos agentes privados para captar investimentos que suportem projectos e empresas que venham dar resposta a diversos problemas sociais, tendo sempre um duplo objectivo, retorno financeiro e retorno social", lê-se na página.
Em Julho, foram aprovados dois fundos de capital de risco, ambos geridos pela Delta Gest. Tratam-se do Greenfield- Fundo de Capital de Risco e do Brownfield - Fundo de Capital de Risco. Cada um deles tem um capital social no valor de 7,5 mil milhões Kz, o equivalente em USD, ao câmbio do dia desta quarta-feira, a 17,3 mil milhões de USD. Não foi possível falar com os gestores destes fundos, mas pelos nomes é possível olhar para os sectores de actividade a ser financiados por estes fundos de capital de risco.
O nome Greenfield está a associado aos campos petrolíferos verdes, ou seja campos na fase inicial da sua exploração e produção. Já o termo Brownfield está associado aos campos maduros, ou campos já velhinhos e que já produzem petróleo ou gás há muito tempo, o que indicia que estes fundos foram criados para financiar operações de exploração e produção de petróleo e gás. Aliás, no site da Delta Gest a, empresa que gere os fundos de capital de risco Greenfield e Brownfield é possível ler que a missão da empresa é a prestação de um serviço especializado na área de consultoria de gestão aos sectores do oil & gas, telecomunicações, energia e águas, e em imobiliário.