Os preços de alguns dos principais produtos da cesta básica aumentaram, em média, 9% nos mercados formais e 3% nos informais (ver tabelas), entre a última semana de Outubro e a última de Novembro, apurou o Expansão com base na comparação dos preços de produtos considerados importantes no consumo dos angolanos. Como sempre acontece, quando se aproxima o Natal o ritmo de crescimento dos preços dos produtos alimentares acelera, sendo que este ano o Expansão constatou que há maior movimento de pessoas nos mercados formais, em comparação com o que aconteceu em anos passados.

Os dados foram apurados numa ronda feita na cidade de Luanda, comparando os preços de 18 produtos recolhidos nos mercados informais (Catinton e Asa branca) e 11 nos formais (Kero, Candando e Maxi).

No mercado formal, entre os produtos que verificaram aumentos nos preços destacam-se o óleo alimentar com um aumento de 40%, o arroz com 19% e o leite Nido com 16%. Já no formal destacam- -se aumentos na fuba de milho, no feijão, na caixa de peixe carapau e nos ovos, que geralmente costumam ter aumentos significativos na época natalícia, em virtude do aumento da procura.

O Expansão verificou, na sua vista aos mercados, que além do velho hábito da "sócia" (onde duas ou mais pessoas juntam-se para comprar um determinado produto e posteriormente reparti-lo), os estabelecimentos comerciais começam agora a repartir os produtos mais caros, como a caixa de peixe carapau (que hoje custa 20 mil kwanzas a mais do que em Dezembro último) em quantidades menores. A caixa de 20 quilos, por exemplo, que custa 53.000 no mercado do Catinton, agora é repartida e comercializa-se em porções de 5 quilos por 14 mil Kwanzas.

Ainda de acordo com cálculos do Expansão, foi possível constatar um aumento nos preços de alguns dos principais produtos da cesta básica entre a última semana de Dezembro de 2023 e a última de Novembro deste ano. No mercado informal o aumento foi de 38% e no formal 31%.

No mercado informal, onde se registou o maior aumento, o valor do cabaz escolhido pelo Expansão aumentou 40.625 Kz, ao sair de 107.100 Kz para 147.725 Kz, com destaque para a caixa de peixe carapau, que teve a maior variação, com um aumento de 20 mil Kz (+74%). Dos produtos seleccionados para o levantamento, destaca-se também a caixa de coxa de frango, um dos alimentos mais consumidos pela população de média e baixa renda, que custa hoje mais 6.900 Kz (+49%) do que em Dezembro do ano transacto. Destacam-se ainda produtos, como a fuba de milho, o arroz e a caixa de óleo (ver tabelas).

No outro extremo, ainda no mercado formal, entre os preços que mais reduziram está o açúcar, que na época natalícia do ano passado era uma preocupação para os consumidores, uma vez que os preços atingiram valores muito elevados. Destacam-se igualmente nos que reduziram o preço no último ano, o sal grosso e o vinagre de sidra.

Fora os aumentos e reduções, o preço da batata rena e da batata-doce não sofreu alterações durante o período em análise, mas foi nas quantidades comercializadas que os vendedores dos mercados informais ajustaram as contas.

Grande parte da população no País adquire os bens alimentares no mercado informal. Existem mais de 120 mercados informais de bens alimentares activos em Luanda, concentrados maioritariamente nos municípios de Luanda, Belas, Cacuaco, Cazenga e Viana, de acordo com o estudo sobre o funcionamento do Mercado Informal, feito pelo Centro de Estudos Económicos do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), e que foi publicado no ano passado.

Já nos mercados formais, o cabaz vale hoje mais 10.183 Kz do que em Dezembro do ano passado. Entre os produtos seleccionados que verificaram maiores aumentos, destacam-se o pacote de leite Nido em pó como o produto que mais encareceu o cabaz com 71% (mais 9.550 Kz), assim como o óleo e o arroz.

Leia o artigo integral na edição 805 do Expansão, de sexta-feira, dia 06 de Dezembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)