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Economia

Malparado na banca cresce 801 milhões USD para 2.233 milhões em 2024

POR CADA 1.000 KZ DE CRÉDITO BANCÁRIO, 192 KZ É MALPARADO

É o resultado da subida das taxas de juro no interbancário verificadas durante o I semestre de 2024, que resultam não só do aperto da política monetária, mas também da corrida dos bancos ao mercado interbancário para garantir liquidez em moeda estrangeira. Inflação e depreciação também pressionaram o crédito em incumprimento em 2024.

O malparado da banca angolana cresceu 3,6 pontos percentuais para 19,2% em 2024 face a 2023, o que significa que dos 10,6 biliões Kz que valia o crédito bruto da banca no final do ano passado, cerca de 2,0 biliões Kz (equivalentes a 2.233 milhões USD) estavam em incumprimento, de acordo com cálculos do Expansão com base nos dados do Banco Nacional de Angola (BNA).

Contas feitas, são mais 850 mil milhões Kz em malparado do que em Dezembro de 2023, quando o crédito em incumprimento na banca rondava 1,2 biliões Kz. Em dólares, o malparado aumentou 801 milhões USD até Dezembro 2024.

Assim, por cada 1.000 Kz de crédito bruto do sistema financeiro nacional, cerca de 192 Kz estavam malparados em 2024. Ainda assim, longe vão os tempos em que o malparado valia 34,5% do crédito bruto da banca, como aconteceu em Junho de 2019. Com o total do crédito bruto de 4,9 biliões Kz, à taxa de câmbio da altura equivalia a 14.494 milhões USD, o que significa que o malparado em Junho de 2019 era de 5.000 milhões USD, que baixou substancialmente, quando em Junho de 2020 a Recredit "assumiu" o crédito em incumprimento do maior banco público, o BPC.

Este aumento, deve-se, por um lado, às consequências da subida das taxas de juro verificadas no primeiro semestre do ano passado, depois de o BNA aumentar, por duas vezes, a taxa básica de juros e as facilidades permanentes de cedência e absorção de liquidez em Março e em Maio, e de ter suspendido empréstimo de dinheiro à banca. Como os bancos que ficaram sem liquidez foram obrigados a recorrer ao interbancário para se financiar as taxas Luibor dispararam desde Dezembro de 2023, com a Overnight a passar de 4,00% até bater o recorde de 32,6% no início de Setembro do ano passado, e fixar-se em 22,7% no final do ano passado.

Normalmente, quando alguém vai a uma instituição bancária pedir crédito, o banco cobra-lhe uma taxa Luibor mais uma margem que depende do risco desse cliente. Em Dezembro de 2023 a Luibor estava em 4% e desde o início de 2024 que foi escalando, o que significa que os créditos viram a suas prestações subir exponencialmente, agravando as dificuldades das famílias e das empresas em cumprir as suas obrigações, dando margem para o aumento do malparado.

Assim, taxas de juro mais altas significam maior esforço de famílias e empresas para cumprirem as suas obrigações financeiras. Por outro lado, a depreciação da moeda nacional também pressiona a tesouraria das empresas, já que em 2024 o kwanza depreciou 9,1%, tendo atingido o máximo histórico de 951,3 Kz por cada dólar em Outubro, até se fixar nos 912,0 Kz por cada nota de um dólar no final do ano face aos 828,8 Kz de final de ... Leia o artigo integral na edição 826 do Expansão, de sexta-feira, dia 16 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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