Dívida do Estado à Sonangol avaliada em 7,5 mil milhões USD
O montante coloca a empresa como segundo maior credor individual do País, atrás do Banco de Desenvolvimento da China (Angola deve 7,9 mil milhões USD a esta instituição) e acima do Banco Mundial e FMI. Negócios da maior empresa do País com o Estado dão origem a uma das reservas do auditor independente.
A intensa relação entre a petrolífera nacional e o Estado, que também é o seu único accionista, é cada vez mais um entrave para a Sonangol, ao impedir que a empresa efectue os investimentos necessários para dar sustentabilidade financeira às suas operações, aumentar a capacidade de produção de petróleo bruto, financiar a transição energética e o desenvolvimento de novos projectos.
De acordo com os dados publicados no relatório e contas de 2024 da Sonangol, o valor que o Estado deve à empresa rondava, em Dezembro do ano passado, 7,5 mil milhões USD. O montante coloca a Sonangol como segundo maior credor individual do País, atrás do Banco de Desenvolvimento da China (7,9 mil milhões USD) e logo acima do Banco Industrial e Comercial da China (3,5 mil milhões USD). Os maiores credores do País são, neste momento, os titulares de eurobonds emitidos por Angola (que totalizam 9,1 mil milhões USD, em duas emissões distintas).
No ranking global de credores, abaixo da Sonangol aparecem instituições multilaterais, como o Grupo Banco Mundial, a quem o País deve 3,9 mil milhões USD e o Fundo Monetário Internacional (FMI), com 3,8 mil milhões USD. No geral, a dívida em dólares norte-americanos assinalada no relatório financeiro da petrolífera até baixou, entre 2023 e 2024, embora tenha crescido em kwanzas (ver infografia).
Boa parte destes créditos são provenientes dos subsídios aos preços dos combustíveis: a Sonangol adquire os derivados de petróleo, maioritariamente no estrangeiro (no ano passado, a produção interna representou 28% das necessidades), em dólares e a preço de mercado, para depois vender os produtos internamente em kwanzas e a um preço fixado pelo Estado o (muito abaixo do custo real)
Leia o artigo integral na edição 828 do Expansão, de Sexta-feira, dia 30 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. (Saiba mais aqui)