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Recredit ainda só recuperou 9% do crédito malparado do BPC

108,4 MIL MILHÕES KZ DE UM TOTAL DE 1,2 BILIÕES

Conhecida como "banco mau", a Recredit foi criada em 2016 para gerir os activos tóxicos do BPC e para maximizar a recuperação do crédito que afundou o maior banco público. Ao todo, pagou 288 mil milhões Kz pelas duas carteiras, tendo recuperado 38% desse valor.

Desde 2020, a Recredit, a entidade criada pelo Estado para recuperar o crédito malparado do Banco de Poupança e Crédito (BPC) ainda só recuperou 108,4 mil milhões Kz das duas carteiras de crédito em incumprimento adquiridas àquele que é o maior banco público, avaliadas em quase 1,2 biliões Kz.

Contas feitas, até ao final do ano passado, o "banco mau" do BPC apenas conseguiu resgatar 9% do valor total das carteiras pelas quais pagou quase 288,2 mil milhões Kz, de acordo com cálculos do Expansão com base no relatório e contas de 2024.

O balanço da recuperação da recuperação feita no ano passado refere que dos 108,4 mil milhões Kz recuperados ao longo dos anos pela Recredit, apenas 25 mil milhões (23,3%) foram recebidos em "cash" pelos devedores do BPC, enquanto cerca de 73 mil milhões (67,5%) fora recebidos através de dações (entrega de imóveis) e os restantes 10 mil milhões foram pagos através de compensação de créditos.

Ao todo, a Recredit recebeu 476 processos para recuperar os 1,2 biliões Kz que valiam as duas carteiras de crédito do BPC. O sector do comércio, com 74 processos de um total de 544,5 mil milhões Kz em incumprimento, é o sector que liderava o malparado das duas carteiras de activos tóxicos adquiridos pela Recredit ao maior banco público. Segue-se o sector da construção, com 38 processos e 218,2 mil milhões Kz em incumprimento e o sector da prestação de serviços, com 103 processos de um total de 148,4 mil milhões Kz em créditos malparados.

No final de 2024, um total de 260 processos estavam em negociação e 139 encontravam-se em contencioso, ou seja, em situação de litígio, o que significa que quase um terço dos créditos das duas carteiras do BPC estão ainda em conflito. Foram celebrados 42 novos contratos (acordos de pagamento), e foram liquidados um total de 34 processos desde que as carteiras foram adquiridas - a primeira entre Dezembro de 2017 e Agosto de 2018 por um total de 231,1 mil milhões Kz (a Recredit pagou ao BPC o valor facial da carteira de crédito em incumprimento há muito tempo, o que analistas admitem ter sido um erro), e a segunda em 2020, pagando 57,1 mil milhões Kz por uma carteira avaliada em 950,1 mil milhões Kz.

Leia o artigo integral na edição 828 do Expansão, de Sexta-feira, dia 30 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. (Saiba mais aqui)

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