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Accionistas do BAI aprovam dividendo por acção de 2.061 Kz (Actualizada)

Assembleia Geral do BAI

Como o banco tem 6,8% em acções próprias e não vai receber dividendos dessa participação, cada accionista vai acabar por receber 2.212 Kz por cada acção. BAI vai pagar mais de 40 mil milhões de Kz em dividendos. Proposta é inferior aos 3.275 pagos por acção no exercício passado. Há accionistas que consideram o valor baixo.

Os accionistas do Banco Angolano de Investimentos (BAI) vão receber 40% dos 100,2 mil milhões de Kz que o Banco obteve de lucros no exercício de 2022, apurou o Expansão.

Durante a Assembleia Geral Ordinária do banco que decorreu nesta quinta-feira no Centro de Convenções de Talatona, os accionistas deliberaram entre outros assuntos sobre a proposta de aplicação de resultados apresentada pela Dabas Management, empresa que detém 5% do capital social da empresa e que exerceu o seu direito de propor pontos adicionais para discussão na agenda.

O accionista acima referido propôs o aumento do valor a distribuir pelos accionistas dos 35% para 40%. Em termos práticos, o BAI vai pagar mais de 40 mil milhões de Kz em dividendos.

A distribuição desta proporção dos lucros significa que o dividendo por acção do BAI sobe para 2.061 Kz, maior que o valor proposto pelo Conselho de Administração. Mas como o banco tem 6,8% em acções próprias e não vai receber dividendos dessa participação, cada accionista vai assim receber 2.212 Kz por cada acção. Ainda assim alguns accionistas consideram o valor demasiado baixo.

Estes accionistas defenderam que o banco tem de facto condições de pagar mais aos seus sócios já que a yield do investimento neste ano ficaria apenas nos 7%. Ou seja, no curto prazo as ações do BAI estão a pagar menos que os depósitos a prazo e que os títulos de dívida pública a até 2 anos.

Embora o valor proposto esteja acima da média de distribuição de dividendos do banco nos últimos 5 anos antes da IPO, os accionistas tiveram como referência os 3.275 Kz pagos pelo Banco no exercício de 2021.

Entretanto o Conselho de Administração do Banco defendeu-se explicando que não era possível igualar ou bater o valor pago em dividendos em 2021 porque foi um ano atípico em que os lucros cresceram exponencialmente para o valor mais alto dos últimos 5 anos graças à reversão das imparidades. Tal facto aconteceu após as agências de rating terem melhorado a notação de risco do País.

Para o Conselho de Administração do BAI o valor pago aos accionistas para o exercício de 2022 é o maior dos últimos anos se considerarem que 2021 em que o banco pagou mais os seus accionistas, foi um ano atípico.

Pode ler-se na proposta de distribuição de resultados do banco que a proposta ora aprovada está em linha com a média de distribuição de resultados do banco nos últimos anos, que se situa nos 40%.

Durante a Assembleia geral do BAI foi aprovado o relatório e contas 2022, o parecer do conselho fiscal e o relatório de governo societário. Foram igualmente aprovadas as propostas de aplicação de resultados, e de alteração das remunerações dos membros dos conselhos sociais, bem como a proposta sobre apreciação geral e fiscalização do banco. Foi igualmente prestada a informação sobre o processo de alienação de acções próprias do BAI.

O último ponto de agenda sobre a proposta de alienação e aquisição de acções próprias foi retirado da ordem de trabalhos a pedido do conselho de administração.