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Empresários defendem mais financiamento para alavancar a indústria

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Os industriais falam na tipificação dos projectos empresariais para apresentar aos bancos comerciais, mas reforçam o apelo de que o Executivo eleja o segmento industrial a financiar. O recurso às importações é inevitável.

O presidente da AIA, José Severino, defende que só com reforço de programas de financiamento à indústria a economia nacional conseguirá atingir níveis de crescimento sustentáveis. O "patrão dos patrões" lembra que a situação das empresas se agravou com a pandemia da Covid-19, tendo em conta que muitos gestores, antes da pandemia, já enfrentavam muitas dificuldades para desenvolver a sua actividade devido ao ciclo recessivo que o país atravessava.

"Nos últimos cinco anos, a crise financeira e a Covid-19 colocaram as empresas numa situação difícil. Para sair da crise tem que haver a mão do Governo e até aqui o BNA tem acompanhado alguns empresários", disse o responsável, tendo garantido que o sufoco das empresas ainda não passou, sobretudo para os empresários ligados ao sector produtivo, com destaque para a produção industrial. Mas não deixa de frisar a ligeira recuperação da produção industrial.

Costa Camuenho corrobora com as declarações de José Severino e sublinha, por outro lado, que a falta de estratégia e de políticas de incentivo ao investimento, à produção e ao consumo estão a comprometer o desenvolvimento da indústria em Angola. Lembra também que o consumo baixou drasticamente, porque não as famílias não têm dinheiro. Explica, por outro lado, que o aumento do custo de vida em Angola é uma prova da falta de estratégia para estimular o sector produtivo, com particular relevância, a indústria. "É preciso produzir mais a nível interno para reduzir as importações", disse.

Explicou ainda que a crise financeira internacional que afecta o País desde 2014 derrubou o ritmo dos investimentos na produção industrial e não se vislumbra, no curto prazo, uma estratégia que venha garantir a auto-suficiência alimentar dos angolanos em termos alimentares, sem dependerem das importações.

Costa Camuenho antecipa, desde já, um cenário conturbado tendo em conta a guerra na Europa. No seu entender, o Governo deve manter os apoios às empresas para inverter os indicadores negativos, porque a guerra ainda está a decorrer e é importante financiar mais o sector produtivo, desenvolvendo políticas inclusivas no sentido de apostar no interior.

"Agora que a questão da pandemia está a diluir-se no tempo, é importante que as empresas voltem a funcionar em pleno, mas para isso acontecer é preciso financiar as nossas empresas", disse o empresário, lembrando que a queda que se regista na indústria extractiva, um sector estratégico para a economia angolana, revela bem a necessidade do reforço e aposta da actividade industrial fora da produção de petróleo, embora esse represente perto de 90% das exportações angolanas.

Costa Camuenho, industrial da transformação alimentar, sublinha ser fundamental a electrificação do País, para que as empresas tenham baixos custos de produção com a utilização de fontes alternativas. O empresário reconhece que nas condições actuais, apesar de ser um sector que mais cresce "não tem hipóteses de ter indústria real e são poucos os sectores industriais que podem suportar os custos de produção, envolvendo geradores".

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