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Opinião

A literacia financeira infantil e a relação de um rico com dinheiro

CONVIDADO

O primeiro passo é dar a entender às crianças a diferença entre desejos e necessidades, realçar que desejos são doces, consolas ou parques e que necessidades são alimentação, roupa ou escola.

É importante que eles saibam o que é caro e o que é barato, com exemplos práticos. Os pais devem explicar detalhadamente, e de acordo com a idade, o dinheiro, sem tabus. Os mealheiros são uma ferramenta importante que as crianças devem ter. Convém serem transparentes, pois elas devem saber a sua poupança e o seu consumo futuro, se for transparente, elas podem ver o dinheiro a crescer e se possível ter mais do que um mealheiro para gastarem em objectivos diferenciados.

Essa poupança não deve ser com seriedade, mas uma espécie de jogo e sempre que houver um erro, deve-se perdoar. Levar as crianças às compras é importante. Dê-lhes dinheiro e informe que elas podem comprar o que entenderem. No mercado, as crianças não devem ir com fome, pois vão gastar em alimentação e em alimentação não saudável. Devem sobretudo ir repletos e informados sobre o que deverão comprar com o dinheiro que têm. As crianças devem gerir o seu próprio dinheiro, o que devem ou não comprar, o excedente e as poupanças futuras.

Os pais devem ser exemplos na poupança e no consumo. É importante ensinar as crianças a investir. Isso não significa que elas se tornarão ricas, mais sim uma ferramenta para futuramente terem uma boa qualidade de gestão de investimentos e obtenção de renda, saberem e entenderem o negócio, de forma a serem menos propensas ao risco.

As crianças, sem pressão, devem saber a situação financeira do pais (baixa, média ou alta), o que eles devem ter como dinheiro, como devem poupar e investir, quais são os limites das suas compras e a não exigir o que o amigo, vizinho, primo tem, mas sim o que deve ter de acordo com as possibilidades da família e da sua poupança. A gestão dos dinheiros nas crianças não deve ser rigorosa, deve ser com risadas, brincadeiras e muita diversão, pois é uma idade de muita aprendizagem e carece de muita empatia e menos rigor. A qualidade de investidores futuros depende da actual educação financeira dos nossos filhos.

É importante que esta educação seja frequente, de modo a termos grandes investidores, poupadores e com maior oportunidade de fazer crescer o dinheiro, com menos riscos. Uma criança bem educada financeiramente está menos propensa a descaminhos, pois existem muitos oportunistas e aliciadores capazes de moldar negativamente o comportamento das crianças, mas se elas estiverem firmes e educadas serão resistentes a estas externalidades financeiras negativas. Harmonia, paz, brincadeira, correcção, menos rigor e tranquilidade devem ser os elementos fundamentais para uma melhor e regular literacia financeira das crianças.

O dinheiro e a riqueza

Um homem rico nunca pode depender de uma única fonte de rendimento, deve diversificar os investimentos, pois estão todos associados ao risco, podendo ter retornos em alguns e prejuízos noutros. Uma única fonte de rendimento é arriscada, visto que ficamos muito dependentes. Se acontecer algo imprevisível, ficamos logo sem recursos e o factor riqueza fica descontinuado. Não devemos estar unicamente dependentes do trabalho, ou seja, de um único trabalho, ter vários ou empreender é importante, gerindo risco.

Não deve comprar coisas que não precisa, deve existir utilidade em tudo o que precisa, deve comprar o que lhe agrada e não a terceiros e, mais importante, comprar coisas que geram dinheiro, coisas desnecessárias impedem o progresso de riqueza. Devemos sempre poupar, independentemente da renda e não esperar que se tenha muito para fazer poupança ou investir, mas sim quando tiver oportunidade.

O rico deve sempre ter dinheiro guardado, deve ter sempre capacidade para quando quiser consumir ou investir, ou seja, deve ter dinheiro para uma oportunidade de investir ou para necessidades pessoais, como saúde, roupa e alimentação. O rico deve investir em si mesmo antes de investir num negócio.

O conhecimento, a dedicação, as formações são sempre importantes para a sua própria capacidade e progresso, reforçando as habilidades no sector onde obtém renda, leituras e para se superar, não devendo parar de estudar, quer seja através de livros, filmes, documentários, conversas ou outros.

(Leia o artigo integral na edição 691 do Expansão, de sexta-feira, dia 9 de Setembrode 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)