Os institutos superiores de Ciências da Educação de Luanda, Huambo, Huíla, Uíge e Benguela vão formar 149 professores para os cursos técnico-profissionais, como resultado de um memorando assinado entre as instituições e o Instituto Camões, no âmbito do Projecto de Revitalização do Ensino Técnico e da Formação Profissional de Angola (RETFOP). A formação será destinada a professores sem agregação pedagógica em exercício de funções docentes em escolas médias técnicas, nas áreas de administração e serviços, informática e saúde para a aquisição do grau de bacharelato. Dos 149 abrangidos, 100 são homens e 49 mulheres.

Para evitar a incompatibilidade de horários dos professores, que deverão continuar a assegurar funções docentes nas respectivas escolas, os cursos decorrerão no período pós-laboral, aos sábados e nas pausas pedagógicas, de acordo com as exigências do regulamento dos cursos de agregação pedagógica. A implementação do programa conta com o apoio financeiro da União Europeia no valor global superior a 143 milhões Kz. Ou seja, cada instituição de formação de professores vai receber uma verba para apoiar o programa.

De acordo com Maria Barbosa, representante do ISCED, todo o processo já está preparado, incluindo a aprovação dos 149 candidatos, com o arranque das aulas previsto para 25 de Fevereiro. A conclusão do curso deve acontecer em Março de 2024. "Com elevado empenho institucional, consideramos que estão criadas as condições necessárias para o início das actividades lectivas inscritas nos planos de implementação dos cursos de formação sequencial dos professores seleccionados, pelo que pressagiamos os melhores resultados", acredita Maria Barbosa.

A responsável sublinhou ainda que a concretização do programa impõe às instituições de formação de professores e aos respectivos docentes, um conjunto de desafios, entre os quais a execução técnica, por via da implementação dos planos curriculares concebidos, a concretização do projecto em conformidade com os termos estabelecidos no acordo de parceria, bem como o estabelecimento do mecanismo da instituição que permite a avaliação dos cursos. Com este programa, "as instituições de formação de professores são desafiadas a um melhor alinhamento da oferta formativa às exigências do sistema educativo e da sociedade em geral, enquanto oportunidade para reforçar a concretização da missão de formar profissionais da educação à altura dos novos tempos".

Para a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, esta acção de formação é parte do cumprimento do Programa Nacional de Formação e Gestão de Pessoal Docente (aprovado em 2018). "A importância que se atribui à profissionalização da docência justifica a necessidade de ministrar cursos para a formação pedagógica de professores já em exercício de funções", afirmou a ministra, salientando que as instituições contam com o apoio científico e pedagógico prestado pelo Instituto Politécnico de Setúbal (Portugal).

A titular da pasta acrescentou que a formação compreende conteúdos com várias componentes, nomeadamente, a formação complementar em contextualização cultural, na língua de ensino e nas disciplinas a leccionar, a formação educacional geral, a metodologia específica de ensino e a prática docente supervisionada. Os conteúdos foram elaborados pelo ISCED, em colaboração com o Instituto Superior Politécnico de Setúbal.