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Opinião

Arrefecimento da economia chinesa poderá 'constipar' a economia angolana

Milagre ou Miragem?

O Executivo precisa hoje mais do que nunca identificar novos mercados para o petróleo de Angola

Quando em Junho analisámos neste espaço "A verdadeira face da diplomacia económica na era João Lourenço", concluímos explicando que Angola continuava muito dependente do crédito e do investimento directo estrangeiro da China, fora do sector extractivo, situação que nesta altura soma-se ao facto de a China ser já o principal destino das exportações de petróleo e principal fonte das importações de Angola.

Quando uma economia tem este nível de dependência, como Angola apresenta hoje é imperioso que a governação monitorize constantemente os sinais que vão sendo emitidos pela economia de que depende, sob pena de sofrer choques externos para os quais não estava preparado. No final de Outubro, alguns dos principais analistas de mercado nas principais empresas de análise de investimentos, como a Bloomberg, Goldman & Sachs, davam conta que a economia chinesa estaria a arrefecer e neste ano corria o risco de não atingir a sua meta de crescimento de 8,3% (o FMI sugere 8%), e em 2022 poderia ficar abaixo dos 5%. A acontecer, diz por exemplo a Bloomberg, seria o pior desempenho da China nos últimos 30 anos, excluindo 2020 onde o crescimento foi de 2,3%.

A recente recuperação do preço do barril de petróleo, fez com que o Executivo ponderasse a redução do IVA de 14% (hoje) para 7% já em 2022, como medida para travar o actual nível de inflação (em Setembro a homóloga foi de 26,57%). Cálculos deste jornal, Expansão, sugerem que o Estado iria perder, por cada ponto percentual que reduzir, cerca de 70 mil milhões de Kwanzas de receita. Ora bem, se essa medida foi decidida tendo em conta as perspectivas animadoras do preço do petróleo hoje, a contracção da economia chinesa teria um sério impacto na economia angolana, e outras africanas que tanto dependem das exportações de matéria- -prima para a China.

* docente e investigador da UAN

(Leia o artigo integral na edição 650 do Expansão, de quarta-feira, dia 10 de Novembro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)