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Opinião

Estado da Nação 5 anos depois

Milagre ou Miragem?

Foi bom saber que parte do diferencial do petróleo será usado para pagar parte das dívidas atrasadas

Na semana passada, o Presidente João Lourenço apresentou o seu último discurso sobre o "Estado da Nação", neste que é o seu primeiro mandato. Como se sabe, o Presidente faz este discurso anual em cumprimento do Artigo 118.º da Constituição que indica que o Chefe do Executivo deve aproveitar essa ocasião para apresentar "as políticas preconizadas para a resolução dos principais assuntos, promoção do bem-estar dos angolanos e desenvolvimento do País". Assim sendo, neste espaço vamos tratar de analisar as principais mudanças que ocorreram nos vários discursos (desde 2017), olhando particularmente para as 25 palavras mais frequentes. De seguida, olhamos para o que nos disse João Lourenço sobre aspectos relevantes da economia tendo em atenção que é responsabilidade do Executivo promover o bem- -estar de todos os angolanos.

Para analisar as palavras frequentes na mensagem do presidente, voltamos a usar a técnica denominada "word cloud", que procura visualizar a frequência das palavras num dado texto, implementada através da ferramenta "Tag Crowd". No quadro 1 podemos ver que as palavras "país", "nacional" foram as mais frequentes neste discurso, talvez seja uma forma de João Lourenço tornar a suamensagem mais atractiva. Um outro aspecto interessante no quadro 1 é a média da frequência das palavras quando comparamos, por ex., 2021 vs 2017. Em 2017 a média foi 14,8 e neste ano 28,2. Tudo indica que sendo um ano pré-eleitoral, João Lourenço tenha sentido a necessidade de enfatizar mais o seu discurso. Por ex., a palavra "desenvolvimento" foi usada 28 vezes neste ano, quando em 2020 ela foi usada 19 vezes e 22 vezes em 2018. A alta frequência de palavras como "produção (43)", "desenvolvimento (28)", "aumento (27)", "crescimento (22)" serviu para indicar que apesar dos enormes desafios, ainda assim, Angola está a progredir. Esta narrativa, em nosso entender, visa contrariar aquilo que os analistas têm dito, i.e., que houve um retrocesso e aumento da pobreza.

(Leia o artigo integral na edição 647 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Outubro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)