Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Logo WeekendLifestyle

"Fazer parte desta bienal tem um valor simbólico e significa fazer parte da construção artística do continente"

EVAN CLAVER | ARTISTA VISUAL

Com uma obra irónica que interliga as cidades de Luanda e Nova Iorque, o artista está a participar na primeira Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau. Nas suas obras, Evan apresenta ao público o quotidiano angolano, desde os memes aos temas mais sérios. Para os 50 anos de Independência, o artista está a preparar três curtas-metragens.

Está a participar na I Bienal de Arte e Cultura da Guiné- -Bissau, que vai até 31 de Maio. Como surgiu o convite?

O convite surgiu através do Dominick Maia Tanner, depois de ter participado na exposição "Kuduro - A força que não depende da sorte", organizada por ele. O curador da bienal viu e ficou interessado no meu trabalho. A obra apresentada tem o título de "Big Kahombo".

É uma instalação? Que mensagem pretende transmitir com esta obra?

Sim, é uma instalação. A obra é uma sátira/ paródia que faz uma analogia entre a "Big Apple" (Nova Iorque) e o "Big Kahombo" (Luanda). É, também, uma alusão ao crescente desejo de emigrar por parte dos angolanos. De um lado, temos a vendedora de kahombo, com a alcunha "Americana", que sonha conhecer Nova Iorque; do outro, jovens amontoados que buscam novas oportunidades no estrangeiro.

Que significado tem para a sua carreira a participação nesta bienal?

Ter tido a oportunidade de fazer parte desta bienal tem um valor simbólico extremamente importante e significa fazer parte da construção de um foco de produção artística que tem um potencial imensurável para o continente africano.

Como avalia o panorama nacional das artes visuais?

Não me cabe esse papel...

Há mercado para todos os artistas viverem da arte? O que falta para o País ter um mercado de artes mais sólido?

O mercado das artes existente continua bastante limitado e não chega a todos os artistas, nem permite viver apenas da produção artística. São poucos os que conseguem, por iniciativa própria, cativar a atenção dos mercados internacionais.

Durante a sua trajectória, explorou vários caminhos. O que o move a inovar e buscar novas formas de expressão?

Como artista visual, busco sempre novas formas de interpretar e criar simbolismos adequados ao que quero expressar. Uso os doodles/rabiscos quando tento expressar o caos e a dinâmica da capital frenética, ou a técnica stencil, que traduz um simbolismo quase "jornalístico" e icónico por si só. No entanto, tendo sempre a distorcer um pouco a realidade de forma jocosa e teatral, apropriando-me de memes e trivialidades do quotidiano angolano, adaptando-os à minha interpretação.

Como um artista cumpre o processo entre a criação das suas obras até ao momento em que as expõe ao olhar crítico do público?

Começo pelo processo de captação e selecção de memes/imagens/vídeos que mais se adequam ao tema que pretendo explorar e, posteriormente, defino a técnica e o meio de reprodução. Depois do conceito criado, começa a busca por espaços para fazer chegar as obras ao público.

Actualmente o mundo está marcado pela tecnologia, um elemento muito usado em obras de arte. O que acha da sua crescente influência nas nossas vidas, particularmente na arte?

Acho que essa influência é inevitável e, de alguma forma, natural, assim como aconteceu com outros meios artísticos, como a fotografia ou a música electrónica. Por outro lado, levanta questões éticas e filosóficas sobre a autoria, a criativida..

Leia o artigo integral na edição 826 do Expansão, de sexta-feira, dia 16 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo